Chegou o dia. Hoje, 13 de Setembro de 2013 começa a 5ª edição do festival no Brasil. Parace óbvio, mas já ocorreram 12 edições do Rock in Rio, sendo 4 no Brasil, 5 em Portugal, e 3 na Espanha. Para o ano que que vem já estão agendadas mais uma edição em Portugal e uma na Argentina.
O 1º Rock in Rio, de 1985, pode ser considerado, a grosso modo, como o Woodstock brasileiro. Até então, a America Latina não era destino popular para artistas de renome internacional. Uma exceção foi o Queen, que havia tocado em São Paulo em 81, em uma apresentação antológica. Para o Rock in Rio I, seu idalizador, Roberto Medina, construiu um local próprio para o evento, a Cidade do Rock, em Jacarepaguá.
Qualquer um que entenda um pouco do assunto e tenha memória (e idade) sabe que o Rock in Rio nunca foi apenas Rock'n Roll. Tanto é que em 85 vários artistas que não eram de Rock tocaram no evento. Alceu Valença, Ivan Lins, Moraes Moreira e Elba Ramalho não são nem nunca foram roqueiros. Do time internacional, nomes como Al Jarreau e George Benson também nada tinham de roqueiros. Por outro lado, vieram nomes de peso internacional que estavam em turnês ou então divulgando novos trabalhos. E o mais importante: eram legítimos representantes do rock. Nomes como AC/DC, Iron Maiden, Queen, Yes, Scorpions, Whitesnake e Ozzy Osbourne fizeram a história do festival.
6 anos mais tarde, em 91, foi realizada a 2ª edição do festival. Dessa vez foi usado o Maracanã e não a Cidade do Rock. Claramente mais fraco que o primeiro, o Rock in Rio II conseguiu emplacar bons momentos com artistas que estavam no auge nessa época, como Guns'n Roses e Faith no More. Outros nomes a se apresentar foram INXS, Judas Priest, George Michael e Billy Idol. Sepultura, Titãs, Engenheiros do Hawaii, Biquíni Cavadão e Lobão são alguns dos representantes do rock Brasil que por lá se passaram. Como não poderia deixar de ser, no Rock in Rio II alguns artistas que de roqueiros não tem nada também mostraram sua cara, como Debbie Gibson e Dee Lite.
2001. Depois de um hiato de 10 anos, o Rock in Rio volta à sua terra natal. Para o Rock in Rio III foi construída uma nova Cidade do Rock, com maior capacidade que a original. Foi aqui também que começou a palhaçada. Além do palco principal, vários outros também foram construídos para abrigar outros estilos de música. Na verdade eram chamadas de "Tendas". Havia para todos os gostos: tenda eletrônica, tenda para música nacional, tenda para música africana e assim por diante. Desse, porém, me lembro bem, até porque ocorreram alguns momentos bem interessantes e outros tantos constrangedores. O mais interessante foi a reação dos metaleiros ao show de Carlinhos Brown. Não sei quem foi o gênio que escalou o baiano para tocar na noite do metal. Carlinhos foi recebido e tocou boa parte de sua apresentação de baixo de uma chuva de copos e garrafas. Os maiores constrangimentos, ficaram a cargo de artistas detestáveis e que niguém em sã cosciência pode se dizer fã, como Britney Spears e Sandy e Júnior! As maiores vergonheiras, é claro, ficaram por conta de meia dúzia de artistas brasileiros que em cima da hora resolveram boicotar o festival por não concordarem com seus horários de apresentção ou outros motivos menos nobres. Foram eles: O Rappa, Skank, Cidade Negra, Jota Quest, Raimundos e Charlie Brown Jr. Com certeza o público que foi até lá ficou decepcionadíssimo e saiu chorando ante so boicote dos citados. O melhor momento, para mim, foi sem dúvida a memorável apresentação de Neil Young.
Mais 10 anos se passaram e, em 2011, o Rock in Rio volta pior do que nunca. Nomes como Marron 5, Rihanna, Shakira, Kate Perry, NX Zero, Marcelo D2, Ivete Sangalo e Claudia Leitte, emporcalharam de vez com o festival. De positivo a presença do Motorhead e Metallica, para fãs de metal e Lenny Kravitz, Stevie Wonder, Jamiroquai e mais um ou outro gato-pingado.
Em 2013 o Rock in Rio volta com a promessa de muita porcaria para mostrar para quem não gosta e nem entende absolutamente nada de música. Certa vez o crítico de música Régis Tadeu disse que quem vai a festivais não gosta de música, mas sim de festival. Ele está certíssimo. Dadas as atrações que irão se apresentar a partir de hoje, o que já foi um dia chamado de Rock in Rio, deveria mudar seu nome para Pop in Rio, Music in Rio ou Rio Fest para fazer jus à seleção desta edição.
A abertura oficial do Rock in Rio V (2013) será feita pela Orquestra Sinfônica Brasileira! Depois, alguma babaquice pro Cazuza, chamada Cazuza - O Poeta Está Vivo. Originalidade zero. Quantas homenagens mais esse "gênio" precisa? O festival propriamente dito terá como primeira atração a "rock star" Ivete Sangalo, seguida de David Guetta, para o encerramento da maior "diva" do rock atual, a herdeira natural de Janis Joplin, Beyoncé! Só pode ser brincadeira. Mas não é. E o pior é que os ingressos se esgotaram apenas 4 horas após o início de sua oferta. Outros nomes de peso do "verdadeiro rock" que passarão pelo palco principal (Mundo) serão: Justin Timberlake, Jessie J, Alicia Keys, Skank e Jota Quest.
De positivo apenas os indefectíveis Iron Maiden, Metallica e Slayer para quem gosta de metal. Quem não quiser saber de metal nem das porcarias do 1º dia, tem (talvez) boas opções nas apresentações de Bon Jovi e Bruce Springsteen que, se não me engano, vem ao Brasil pela primeira vez.
No palco Sunset, algumas atrações que podem valer mais a pena que as do palco Mundo, como Living Colour, George Benson, Pepeu Gomes com Moraes Moreira e Sepultura + Zé Ramalho.
As TVs fechadas devem transmitir boa parte do que rolar nos palcos e, se tiver alguma coisa que mereça algum comentário, volto ao tema Rock in Rio.
No mais é aquela coisa... quem vai a festival gosta de festival e não de música, certo? Pelo menos, dessa vez, não chmaram a Claudia Leitte!