Há coisa de 3 semanas fiz uma
viagem realmente prazerosa para Portugal, país que ainda não conhecia. Lá
fiquei por uma semana. Um país belíssimo com uma herança histórica invejável.
Seus monumentos com séculos de existência são magníficos. Seu povo está entre
os mais educados, gentis e corteses que tive a oportunidade de conhecer.
Como sempre, o pior de tudo é a
viagem em si. 10 horas de avião, a partir de SP são um pouco chatas. É claro
que sempre pode ser pior. E normalmente é. Além das 10 horas de viagem existe
um enorme agravante. Os brasileiros.
Tanto no avião, como nos
aeroportos e nos destinos, há uma enorme quantidade dessa praga que se alastra
de maneira alarmante pelo globo. Certamente o turista brasileiro é o pior de todos.
Grosseiro, mal-educado, irritante
e barulhento, onde há palhaçada, vergonheira e baixaria pode apostar que existe
um brasileiro no pedaço. Começa já no embarque. O sistema anuncia o vôo e pede
para que determinado grupo de pessoas ou com assentos com numeração específica
sejam os primeiros a embarcar no avião. Pura perda de tempo. Forma-se uma longa
e desorganizada fila não se respeitando as instruções. Todos querem ser os
primeiros a entrar para ficar mais tempo sem fazer nada durante o vôo.
Uma vez dentro do avião, começa a
busca por algum lugar no bagageiro para colocar-se as bagagens de mão. Assim
que conseguimos alojar nossos pertences, imediatamente somos brindados com o
passageiro da poltrona da frente que imediatamente reclina seu encosto, mesmo
sabendo que antes da decolagem, é pedido para que se retornem os encostos na
posição vertical original. É claro que brasileiro nunca segue as instruções por
livre e espontânea vontade. É necessário que um membro da tripulação peça para
o babaca que levante o maldito encosto da poltrona. Assim que o avião levante
vôo, o infeliz que se senta a sua frente reclina novamente o encosto. Esse fato
durará até o momento da aterrissagem. O cara não levanta o encosto nem para
comer.
Quando o avião aterrissa, é informado
(em todos os vôos do mundo é a mesma coisa) que os passageiros devem permanecer
sentados até que a aeronave pare por completo. O que acontece? A maioria dos
passageiros imediatamente se levanta e começa a buscar suas bagagens de mão. É
claro que, devido a sua falta de educação, tais passageiros são repreendidos
por alguém da tripulação. Algo totalmente evitável.
Uma vez em solo e no seu destino,
você deve prosseguir para a imigração. Ali, você só não terá sua vez na fila
“furada”, porque as filas na imigração são organizadas e com um cordão que
limita a fila e indica o trajeto até o guichê. Sempre haverá algum engraçadinho
que, mesmo devendo seguir pelo espaço delimitado pelo cordão, tentará passar
por baixo do mesmo para ganhar alguns segundos e não precisar percorrer todas
as voltas na fila.
Assim que você “entra” de fato no
país que está visitando, você acha que está livre e tranqüilo para desfrutar de
suas merecidas férias. Isso só se tornará verdade caso não haja nenhum outro
brasileiro hospedado em seu hotel. Se isso acontecer, você já sabe que vai se
incomodar no café da manhã.
O segredo para férias tanquilas é nunca, jamais – a não ser que seja sua
única opção – viajar em excursão.
Na excursão você terá o desprazer constante
da presença dos temidos turistas brasileiros que vão tumultuar suas férias.
Se você foi por conta própria e
tiver sorte, pode conseguir evitar as excursões no geral e as de brasileiros em
particular e ter férias sossegadas.
O chato é que o tempo passa
rápido e logo é hora de voltar. Pode apostar que todo o desgosto da ida será
revivido na volta.
Aliás, pode ser até pior. Dou um
exemplo de algo que ocorreu comigo, na volta no aeroporto da cidade do Porto.
Estava na fila do “Tax Free” para a devolução do valor da alíquota dos impostos
locais que os turistas não precisam recolher.
A fila estava bem grande e fazia
uma curva para a direita a partir do guichê. Civilizadamente me posicionei ao
fim da fila. Por uma fração de segundo me distraí e a fila andou. Imediatamente
formou-se nova fila justamente no espaço de 2 passos que ficou entre mim e a
fila que andou. Protestei no ato e comecei a reclamar que uma atitude tão baixa
como essa só poderia ser de brasileiros. Embora o babaca que tomou minha frente
não tenha emitido nenhum som ou esboçado qualquer reação, apesar de minhas
provocações, logo descobri que se tratava de um brasileiro.
E, adivinhe, fazia parte de uma
maldita excursão.
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