Resolvi fazer o post de hoje
sobre cinema utilizando como tema grandes atrizes. A ideia é mostrar 5 grandes
produções estrelado por 5 grandes atrizes. Vamos a eles:
Ninotchka – Ninotchka (Ernst Lubitisch - 1939)
A comissária Ninotchka (Greta
Garbo) do governo soviético, vai a Paris para supervisionar o desempenho de 3
agentes que tinham a incumbência de realizar um negócio com um joalheiro, mas
que simplesmente preferiram aproveitar os luxos e mordomias franceses. Extremamente
rígida e focada, ao chegar a Paris, ela acaba conhecendo e se envolvendo com um
Leon (Melvin Douglas), um playboy local que representa tudo aquilo que ela mais
odeia e combate. Aos poucos ela vai sucumbindo aos encantos e estilo de vida do
galanteador que deve combater. Porém algo inesperado acontece e ela deve
retornar imediatamente a Moscou, onde se deparará com a realidade do mundo que
defendia até então.
Não se assuste pela idade do
filme. Ninotchka é um filme sensacional e, diferentemente da maioria dos papéis
de Greta Garbo, aqui ela faz uma comédia. A presença dela é magnética. Embora
não tenha sido das atrizes mais belas do cinema, havia algo de misterioso e indecifrável em relação a ela que a tornava extremamente atraente e interessante.
Outro fato interessante é que esse é um dos poucos filmes em que ela ri. Ainda
que seja considerada hoje em dia como uma das melhores e mais importantes
atrizes da história, ela nunca chegou a ganhar um Oscar como melhor atriz,
embora tenha sido indicada 4 vezes. Em 1954 a Academia de Cinema de Hollywood
conferiu a ela um Oscar especial pelo conjunto de sua obra. Evidentemente que
ela nem se deu o trabalho de comparecer à cerimônia de entrega. Existem várias
lendas cercando Greta Garbo, e o fato de ter se retirado totalmente da
indústria do cinema prematuramente dos 36 anos até sua morte em 1990. Uma das melhores citações sobre ela diz o seguinte: “Greta Garbo é como a Mona Lisa – uma das
grandes coisas da vida. E tão distante quanto”.
Gilda – Gilda (Charles Vidor - 1946)
Johnny Farrell (Glenn Ford), um vigarista
e jogador americano, chega a Buenos Aires e vai trabalhar como homem de
confiança de Ballin (George Macready) um
sinistro dono de cassino (atividade proibida na Argentina na época) . As coisas
vão muito bem até que Ballin Mundson resolve se casar com a sensual Gilda (Rita
Hayworth). Aqui começam os problemas, pois Johnny e Gilda tem um passado não
muito feliz juntos e isso pode arruinar os planos dele, pois Gilda parece querer
retomar sua relação de onde pararam.
Gilda, cheio de frases dúbias e
cheio de cenas sugestivas como a famosa cena do strip tease de Wayworth, é
considerado um dos filmes mais eróticos já feitos por Hollywood e extremamente
ousado para os anos 40. O filme é cheio de cenas e diálogos marcantes, mas a
cena citada acima certamente é uma das mais famosas de toda a história do
cinema. Aliás, Rita Hayworth foi dublada por Anita Ellis na cena em que canta
no clube noturno. Outro fato interessante é que Gilda foi escrito especialmente
para ela, que só aceitou realizá-lo quando foram feitas várias alterações que
deixaram sua presença ainda mais valorizada. Esse foi também o 3º de uma série
de 7 filmes que Rita Hayworth e Glenn Ford atuaram juntos entre 1940 e 1977.
A Malvada – All About
Eve (Joseph L. Mankiewicz - 1950)
A Malvada conta a estória de Eve
Harrington (Anne Baxter), garota simples e humilde que tem a sorte de conhecer
e ir trabalhar para Margo Channing (Bette Davis), uma estrela da Broadway. Com
o passar do tempo, a mocinha ingênua vai se mostrando uma mentirosa
manipuladora que estuda atentamente todos os passos de Margo, para tentar puxar
seu tapete e tomar seu lugar como a grande estrela da Broadway.
A Malvada é um filme muito
interessante, brilhantemente realizado e que conta com atuações fantásticas por
parte de Anne Baxter, Bette Davis e de George Sanders, vivendo o cínico crítico
Addison deWitt. É deWitt quem nos conta toda a estória dos bastidores em
flashback, na noite da consagração de Eve, que recebe o prêmio máximo do
teatro. O filme começa bem aqui. Embora deWitt seja um cínico desgraçado, ele
foi o único a perceber totalmente o que estava para acontecer desde o início. A
Malvada é o recordista de indicações ao Oscar, com 14, tendo vencido em 6
categorias, inclusive melhor filme e direção.
A Condessa Descalça – The Barefoot Contessa (Joseph L. Mankiewicz -
1954)
No funeral da atriz de cinema
Maria (Vargas) D’Amata (Ava Gardner), 3 homens ali presentes contam sua
trajetória meteórica, desde uma dançarina na Espanha até uma estrela internacional.
Cada um desses homens teve um papel fundamental na vida de Maria Vargas; o
diretor de seus filmes Harry Dawes (Humphrey Bogart), o assessor de imprensa
Oscar Muldoon e, finalmente seu marido, o Conde Vicenzo Torlato-Favrini.
A Condessa Descalça é um filme
muito bom, com grandes interpretações, diálogos e cenas memoráveis, como aquela
em que Maria D’Amata conhece seu futuro marido, o conde Torlato-Favrini em um
cassino. Além disso, o filme faz referências à fatos reais, como a relação que
Ava Gardner tinha com o milionário excêntrico Howard Hughes. Essa relação foi o
que inspirou a relação da personagem Maria com seu primeiro patrão em
Hollywood, o estranho produtor Kirk Edwards (Warren Stevens). Outro fato real é
que o roteiro do filme se baseou na história real da dançarina latina de cabaré
Margarita Cansino, que adotou o nome artístico de Rita Hayworth. Rita colocou
de lado a carreira de atriz para se casar com um nobre, o príncipe Aly Khan, em
1949.
Oscar de melhor ator coadjuvante
para Edmund O’Brien
Minha Bela Dama – My
Fair Lady (George Cokor - 1964)
Estrelado por Audrey Hepburn e
Rex Harrison como Henry Higgins, Minha Bela Dama conta a estória da humilde vendedora
de flores Eliza Doolittle (Hepburn) que, em uma de suas noites típicas de
trabalho se depara com o pomposo professor de fonética Henry Higgins (Harrison).
Esse encontro casual causa enorme mal estar em Higgins por conta da entonação
de voz e a pronuncia de Eliza, ambos sofríveis. Nesse momento ele faz uma aposta com seu
amigo, o coronel Hugh Pickering (Wilfrid Hyde-White) que em 6 meses é capaz de
transformar Eliza em uma dama da sociedade, capaz de se passar até por uma
rainha. Assim, Eliza se muda para a casa de Higgins, para aprender a se portar
e falar corretamente, pois dali a 6 meses será apresentada em um baile para
toda a aristocracia londrina.
Minha Bela Dama é uma comédia
musical e um dos melhores e mais legais filmes que você pode assistir. É um dos
meus filmes favoritos de todos os tempos. É um grande filme com passagens muito
marcantes. Para mim é um dos melhores desempenhos da dupla de protagonistas. A graça
e delicadeza de Audrey Hepburn são indispensáveis no resultado final da
transformação sofrida por Eliza. Rex Harrison é um grande ator, provavelmente
desconhecido das novas gerações ou daqueles que só assistem blockbusters, e
mesmo interpretando um Henry Higgins egoísta, arrogante e antipático, em
momento algum conseguimos sentir raiva ou desgostar de Higgins, tamanha leveza
do filme. A utilização do contraste de cores e figurino também são magníficos. Mesmo
tendo 3 horas de duração, Minha Bela Dama passa num piscar de olhos.
O filme foi baseado na peça
Pigmalião do escritor irlandês George Bernard Shaw, escrita em 1913. Recebeu 12
indicações do Oscar e ganhou em 8 categorias, incluindo melhor filme, direção,
ator, fotografia, figurino e trilha sonora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário