Como já havia dito em meu post sobre o filme O Poderoso Chefão,
depois da música, cinema é minha diversão favorita.
Por isso, e copiando o que fiz com o tema música, resolvi
fazer um guia básico falando de alguns filmes que gosto muito e considero
importantes.
Não tenho a pretensão de criar uma lista definitiva de
filmes, até porque não tenho conhecimento para isso.
Sou apenas um fã de cinema
que já assistiu a muitos filmes de várias épocas e nacionalidades.
Também não se trata de elencar “Os Maiores da História”, “Os
Melhores de Todos os Tempos”, “As Maiores Bilheterias” ou algo do gênero. Não.
É apenas uma lista pra lá de pessoal mesmo.
Assim como fiz com os discos, pretendo fazer uma seleção de
100 dos meus filmes favoritos, que serão divididos de 5 em 5, sem respeitar qualquer
hierarquia, cronologia etc.
Eis os 5 primeiros:
Casablanca – Casablanca (Michael Curtiz 1942)
Por que comecei minha listagem justamente por esse filme?
Simples. Esse é o filme do qual eu tenho a lembrança mais antiga. Dos filmes
que assisti na infância, é desse que tenho consciência de ter assistido,
entendido e gostado. Depois disso, devo ter assistido pelo menos uma dúzia de
vezes.
Quem me fez assistir Casablanca quando ainda era guri foi
meu pai, que tinha uma cópia gravada em VCR, que pra quem é muito novo e não
sabe, são as antigas fitas de videocassete.
Era uma cópia muito boa, porém dublada. Provavelmente meu
pai gravou da sessão Corujão na Globo, na época em que, nesse horário, ainda
passavam filmes bons.
Esse é o filme favorito de muita gente e tem méritos de
sobra para isso.
O filme foi feito e se passa durante a 2ª Guerra Mundial em
Casablanca, Marrocos, que na época era território francês não ocupado pelos
alemães, e por conta disso se tornava rota de fuga para quem queria deixar para
trás os horrores da guerra e começar vida nova nos EUA.
Funcionava assim: a pessoa ou pessoas fugindo da guerra se deslocavam até Casablanca, de lá pegavam um avião para Lisboa e então para os Estados Unidos. Muita gente acabou vindo para o Brasil também.
Para quem não sabe, a história é sobre um triangulo amoroso
entre o dono do bar/café mais popular de Casablanca, o Rick’s Café Americain,
de propriedade de Rick Blaine (Humphrey Bogart), que reencontra por acaso seu
antigo amor Ilsa Lund (Ingrid Bergman), mas que está casada com Victor Lazlo (Paul
Henreid), líder da resistência e que está sendo caçado pelos nazistas.
Falando assim você vai dizer que é só mais uma história boba
de amor ou um romance água com açúcar.
Nada disso.
Casablanca tem algumas das melhores cenas e diálogos da
história do cinema. Quer ver? Dou um exemplo:
Diálogo entre Rick e o Sr. Ugarte (Peter Lorre), logo no
começo do filme:
Sr. Ugarte:
- Você me despreza
não é mesmo Rick?
Rick:
- Se pensasse em você
provavelmente diria que sim.
Genial hein?
Outro detalhe que ninguém fala é que o filme foi feito entre
1941 e 1942, durante a guerra e nessa altura ainda não se sabia qual lado seria o
vencedor. Isso é importante para se entender de melhor maneira seu final emblemático.
Se você ainda não viu, não perca mais tempo. É um clássico obrigatório!
Janela Indiscreta – Rear Window (Alfred Hitchcock 1954)
Você pode ter certeza de que nesses posts dedicados ao
cinema estarão vários filmes do Hitchcock. O mestre do suspense é o máximo em
cinema, sem dúvida.
Resolvi começar por esse, pois foi o primeiro dos filmes
dele que assisti, e devo dizer que no momento em que assisti um novo mundo se
abriu para mim. É demais.
A história, genial, se passa praticamente em um único
ambiente. A sala do apartamento de L.B ‘Jeff’ Jefferies (James Stewart),
fotógrafo profissional que quebrou a perna e, portanto está de molho. Jeff, como
dá para presumir, está extremamente entediado, pois passa o dia bisbilhotando
com sua grande angular as esquisitices dos vizinhos de prédio da frente.
Sua rotina está reduzida a isso e as visitas de sua namorada
Lisa Fremont (Grace Kelly), uma típica americana consumidora da Harper’s Bazaar
que só quer casar com ele.
Isso até que ele começa a desconfiar que um de seus vizinhos
assassinou a esposa e sumiu com o corpo.
Para quem nunca assistiu a um filme do Hitchcock não vai
entender direito, mas a maneira como a história é construída e a tensão
crescente são extremamente bem feitas, e o que a primeira vista parece apenas
um suspense despretensioso se torna um filme fantástico, como é o caso de
Janela Indiscreta.
Sete Homens e um Destino – The Magnificent Seven (John
Sturges 1960)
Você já deve ter percebido que estou seguindo um padrão
aqui.
Estou começando minha seleção de filmes pelos filmes que
tenho minhas primeiras lembranças conscientes.
Nesse caso Sete Homens e um Destino é minha primeira
lembrança, de um dos gêneros que mais gosto no cinema: Western ou Faroeste para
os brasileiros.
Esse ainda é um western à moda antiga. É um filme grandioso.
Foi adaptado para western de outro filme magnífico, que também
irei tratar aqui, chamado Os Sete Samurais de Akira Kurosawa de 1954. Aliás, esse
não seria o último filme de Kurosawa adaptado para western. Mas isso fica para
outro post.
O filme se passa em uma cidade pequena e pobre na fronteira
do México com os Estados Unidos que vem sendo atacada constantemente pelo
bandoleiro Calvera (Eli Wallach).
Alguns moradores cansados de tanta exploração decidem cruzar
a fronteira para contratar mercenários para defender a cidade e expulsar
Calvera.
O problema é que eles não têm praticamente nada a oferecer e
só conseguem contratar, com a ajuda de Chris (Yul Brynner) sete pistoleiros
decadentes para ajudá-los.
Um detalhe muito interessante é que o filme conta com um
elenco estelar. Além dos já mencionados Eli Wallach e Yul Brynner, o filme
ainda tem a participação de Steve McQueen, Charles Bronson, Robert Vaughn e
James Coburn.
Certamente um dos melhores filmes do gênero e se você gosta
de western corra e alugue hoje mesmo.
Guerra nas Estrelas – Star Wars (George Lucas 1977)
Ah! Guerra nas Estrelas. Um dos filmes mais emblemáticos da
minha infância. Assisti dezenas de vezes. Nunca me canso.
Na verdade meu favorito da saga é O Império Contra-Ataca, mas esse
fica para um post futuro.
Vamos começar com o que iniciou tudo, o Guerra nas Estrelas.
Você pode não acreditar, mas tem pessoas que nunca assistiram. Duvida? Garanto,
eu mesmo conheço algumas.
O que falar da incrível fantasia criada por George Lucas há
mais de 30 anos?
Não vou falar muito da história porque, tirando uma meia
dúzia de pessoas, acredito que a maioria conheça relativamente bem.
O que eu acho mais legal nesses filmes que compõe a saga é
que tudo é muito claro. Não tem erro, não existem dúvidas. É o bem contra o mal
e acabou.
Tudo bem, você vai me dizer que é uma interpretação
simplista do diretor, que as coisas não são bem assim, etc. OK, concordo. Mas
estamos falando de cinema, fantasia. Então podemos dar um desconto, certo?
Outra coisa. Os personagens são fantásticos, não acha?
Inesquecíveis. Quem não reconhece imediatamente Luke Skywalker (Mark Hamill),
Han solo (Harrison Ford), a princesa Leia Organa (Carrie Fischer) ou então o
cara mais legal do filme, Darth Vader?
Eu sei quem. Aquela meia dúzia de pessoas que conheço que
ainda não assistiram.
Os Bons Companheiros – Goodfellas (Martin Scorsese 1990)
Me lembro direitinho quando assisti a esse filme. Sério, me
lembro mesmo. Devia ter 14 anos.
Martin Scorsese é certamente um dos maiores diretores de
todos os tempos, e um dos meus preferidos. E tem filmes em sua filmografia que podem ser ranqueados entre
os melhores da história.
Sei que muita gente (se é que alguém lê meu blog) vai me
chamar de burro e dizer que não entendo nada do assunto, mas para mim Os Bons
Companheiros é o melhor filme do Scorsese e um dos melhores do gênero de filme
de máfia. Muito superior a Casino.
Esse filme conta a trajetória de Henry Hill (Ray Liotta)
dentro da vida criminosa de uma quadrilha que cercava uma família criminosa (ele
nunca foi da máfia propriamente dita).
Em sua caminhada cada vez mais dentro do crime, ele se
envolve com James Conway (Robert De Niro), Tommy DeVito (Joe Pesci) e Paul
Cicero (Paul Sorvino), apenas este último é integrante da máfia mesmo. O filme
mostra muito bem o submundo e a decadência tanto do personagem como do seu
estilo de vida e de uma época glamurosa da máfia.
Uma curiosidade é que esse filme é baseado em fatos reais do
próprio Henry Hill.
Outra curiosidade, o personagem Paul Cicero na vida real era
um “capitão” da família mafiosa Genovese.
Por hoje é só. A quem conseguiu chegar até o fim, meus parabéns,
tomara que algum desses filmes tenha lhe chamado atenção.
Em breve o Capítulo II
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