Dando sequência à discoteca
básica abordando os maiores festivais, chegamos ao festival da Isle of Wight na
Inglaterra. Vou abordar aqui a 3ª edição, de 1970, que foi a que contou com maior número de artistas e também com nomes de grande peso na época. Além disso,
esse festival ficou famoso pelos vários problemas de organização que ocorreram,
como invasões por parte de pessoas que ficaram sem ingresso, etc.
Os 5 discos de bandas que lá tocaram são:
The Doors – Morrison
Hotel (1970)
Como já havia dito aqui, não sou
dos maiores fãs do The Doors, e acho também essa uma das mais superestimadas
bandas de todos os tempos, mas sem dúvida tem valor e conseguiu marcar seu nome
na história, sendo muito influente até os dias de hoje.
O Morrison Hotel é um dos meus
discos favoritos dos caras e será o último deles que tratarei aqui, pelo menos
na Discoteca Básica. É um disco com um pouco mais de pegada, dando um pouco
mais de peso e incorporando uma levada blues-rock ao som já característico dos
Doors, o que pode ser verificado facilmente nas faixas Roadhouse Blues e The
Spy.
Esse disco foi também o penúltimo
gravado antes da morte de Jim Morrison em 1971, e daria a tônica para o que
seria seu disco de despedida, o ótimo L.A. Woman. Após L.A Woman e a morte de
Morrison, os outros integrantes ainda tentaram manter viva a banda lançando 2
trabalhos obscuros, mas sem o carisma e liderança de Jim Morrison, o que restou
do The Doors debandaria definitivamente em 1973.
Ótimo disco para quem quer
conhecer a banda.
Músicas-chave: Roadhouse Blues, Waiting for the Sun e Indian Summer.
Supertramp – Breakfest
in America (1979)
Inicialmente a pretensão de
ser uma banda de rock progressivo, porém o Supertramp só conseguiu alcançar o sucesso
quando deu uma aliviada no progressivo e juntou a ele características mais
típicas do POP britânico, tornando-se uma das bandas inglesas mais populares
durante os anos 70 e boa parte dos 80.
Breakfest in America é o disco
mais importante comercialmente na carreira do Supertramp. Foi com ele que os
caras chegaram ao topo das paradas americanas e lá permaneceram por 4 semanas. Foi
um disco que vendeu extremamente bem. Lá pelos anos 90, atingiu a marca de 18
milhões de cópias vendidas. Um feito e tanto.
É um trabalho muito sólido, com
músicas muito bem construídas e executadas (seus integrantes são ótimos músicos)
com melodias já quase que totalmente dentro do POP, com raros momentos fracos. Um
bom disco de uma banda importante que você deve ter em sua estante.
Músicas-chave: The Logical Song, Goodbye Stranger e Breakfest in America.
Taste – Taste (1969)
Liderado pelo espetacular
guitarrista Rory Gallagher, o Taste é um trio irlandês totalmente focado em
blues-rock e que conseguiu algum sucesso na Grã-Bretanha do final dos anos 60 e
comecinho dos 70. É um trio que tem uma estrutura muito parecida com o Cream,
adicionando elementos de folk e jazz a uma base de blues-rock. Não eram da
mesma “linhagem” do Cream, a não ser pelo talento de Gallagher, que também cantava.
Abordo aqui o disco de estreia dos
caras, que mostra bem do que se trata o som do grupo. É mais um dos bons discos
de estreia que temos por aí. Gallagher, na época com 20 anos, deixa claro a que
veio logo na 1ª faixa do trabalho, com uma pegada bem pesada em Bliester on the
Moon. Após, o disco vai alternando faixas mais ou menos rápidas sempre com forte
influência do blues. Aqui é bom ressaltar que embora a origem seja americana, o
blues que influenciava de fato era o blues branco inglês, apresentado pelo
Cream e outras como os Bluesbrakers de John Mayall.
Disco clássico de uma banda pouco
conhecida por aqui. Se você gosta do estilo blues-rock, não perca tempo. Mas já
aviso que é bem difícil de achar para comprar.
Músicas-chave: Blister on the Moon, Sugar Mama e Same Old Story.
Family
– Family Entertainment (1969)
Outro grupo britânico pouco
conhecido, o Family era uma banda baseada em blues-rock, porém com uma certa
inclinação ao rock progressivo. Era liderada pelo guitarrista John “Charlie”
Whitney e pelo vocalista Roger Chapman, com sua característica voz de quem
acabou de fumar uma carteira inteira de cigarro e beber 1 litro de Uísque.
Apesar de ser bem conhecida e
querida no Reino Unido, nunca atingiu sucesso significativo nos EUA, ao
contrário de bandas como Jethro Tull e Ten Years After, com quem frequentemente
tocava, e acabou não tendo vendas muito expressivas.
Trago o 2º disco dos caras, que é
meu favorito, onde eles deixam um pouco de lado suas raízes psicodélicas e em
blues-rock e se inclinam um pouco mais em direção ao progressivo, utilizando-se
levemente de elementos de Jazz.
Nunca entendi o porque do Family
não ter feito o devido sucesso nos EUA e de não ser muito conhecido por aqui também.
É uma banda muito boa com discos excelentes. Certamente merecia uma melhor
sorte.
Músicas-chave: The Weaver's Answer, Observations From a Hill, Hung Up Down e How-Hi-the-Li.
Free –Fire and Water (1970)
Outra banda britânica, essa porém
bem mais conhecida, e que ajudou a fundar os conceitos do hard rock. Também baseada
em blues-rock, o Free é centrado na figura de seu líder e vocalista Paul Rodgers,
que depois viria a formar outra banda de enorme sucesso, o Bad Company.
O Free pode ser considerado também
como o embrião de um tipo de som mais pesado que viria a ser a marca de nomes
dos anos 70 como Foreigner, Foghat e o próprio Bad Company.
Fire and Water é o terceiro disco
dos caras, mas não vou me atrever a dizer que é o melhor, pois eles tem pelo
menos 4 que estão no mesmo nível. Escolhi esse específico, pois é o que tem a música mais
conhecida deles, o hit All right Now. Mas Fire and Water não é apenas All Right
Now, sendo praticamente constante do começo ao fim sua qualidade. É um disco
irrepreensível e indispensável.
Rock de primeira e sem frescuras.
Obrigatório.
Músicas-chave: Fire and Water, Heavy Load e All Right Now.
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