terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Discoteca Básica de Rock Volume V Capitulo V



Encerrando o tema dos grandes festivais dos anos 60/70, completo hoje minha postagem sobre o tema com a 2ª e última parte da 3ª edição do Festival da Ilha de Wight em 1970.

Os discos de hoje são:


Emerson, Lake and Palmer – Emerson, Lake and Palmer (1970)

Emerson, Lake and Palmer foi o primeiro supergrupo dentro do rock progressivo. Cada um de seus integrantes vinha de uma banda já em atividade: Keith Emerson (teclados) do The Nice, Greg Lake (baixo) do King Crimson e Carl Palmer (bateria) do Atomic Rooster. Todos os 3 são excelentes músicos, e suas composições são fantásticas, muitas vezes contrapondo um instrumental tão complexo que é capaz de levar um ser humano ao limite de sua sanidade com o magnífico vocal suave de Greg Lake. É um deleite. Mas é para poucos.

Esse é mais um exemplo de grande disco de estreia. É um disco extremamente ambicioso, dominado por melodias instrumentais e baladas como Lucky Man. Aqui, a todos os integrantes é permitido mostrar seus talentos, inclusive o fantástico baterista Carl Palmer, que faz um solo espetacular em Tank. Apesar da sonoridade complexa, o disco chegou ao número 20 nos EUA e 4 na Inglaterra.

Me lembro de ter ido a um show do Emerson, Lake and Palmer aqui em Curitiba, no Teatro Guaíra em 1996. Que apresentação fantástica. Que sonoridade. Muito marcante. Aposto que mais da metade da platéia não entendeu absolutamente nada. No final, para coroar uma performance perfeita, os integrantes da banda, depois do bis, desceram do palco para dar autógrafos e tirar fotos com o pessoal, em uma atitude de extrema elegância, respeito aos fãs e também humildade e civilidade. Nunca havia visto e nem vi novamente nada assim.

Músicas-chave: Take a PebbleTankLucky Man.


Moody Blues – A Question of Balance (1970)

Entre 67 e 72, o Moody Blues lançou 7 discos excelentes na sequência. Poucos artistas conseguiram tal feito. Já tratei aqui de outro ótimo trabalho deles, o Days of Future Passed. Hoje trago aqui o 5º disco dessa fase tão criativa.

Escolhi esse pelo fato de ter sido uma tentativa da banda de  experimentar novos horizontes, mesclando sons um pouco mais pesados com sua característica levada um pouco psicodélica flertando constantemente com o progressivo. Uma das coisas mais interessantes sobre o Moody Blues, é como eles se preocupam com a melodia e poesia em suas composições. Sempre são carregadas de lirismo e executadas de maneira extremamente cuidada.

Esse disco apresenta também algumas de suas músicas mais populares, que costumavam constar em seus shows.



Jethro Tull – Benefit (1970)

Essa fantástica banda é um fenômeno. Centrada totalmente na figura de seu líder Ian Anderson, o Jethro Tull conseguiu a façanha de lançar 11 discos sensacionais no mesmo nível em 10 anos. Pode comprar tranquilamente qualquer disco dos caras de 1968 até 1978 que você não vai se arrepender. Evidentemente que todos temos nossos favoritos.

Hoje trago o 3º disco dos caras. Benefit. Aqui os caras abandonam um pouco suas tendências de blues e pendem para o folk. Benefit também lança a pedra fundamental que seria modelo para os próximos trabalhos do grupo, onde trabalha o violão acústico de Ian Anderson com a guitarra crescente de Martin Barre. Essa fórmula foi usada com maestria em Aqualung e Tick as a Brick. 

É um disco simplesmente maravilhoso. Comprei quando tinha uns 17 anos e ainda me impressiono cada vez que ouço. Não é, evidentemente um disco cheio de hits, até porque o Jethro Tull não é uma banda cheia de hits, mas as músicas são demais. Todas. É um disco perfeito.  Se você só quiser comprar um disco deles, mas acha que Aqualung (que já falei aqui) é muito batido, compre o Benefit.



Leonard Cohen – Songs of Leonard Cohen (1967)

Apesar de não ser conhecido pelo grande público, Leonard Cohen é um dos mais fascinantes cantores/compositores de sua era. Ele conseguiu manter sua audiência por mais de 4 décadas, apesar de várias interrupções durante o período o que apenas serviu para aumentar a mística em torno de si. Em termos de qualidade composições e longevidade de um artista solo, ele só pode ser comparado com Bob Dylan.

Songs of Leonard Cohen foi lançado em 1967, uma época em que um número cada vez maior de compositores se preocupava em dar de maneira mais explícita, uma veia mais poética para suas músicas. Ao contrário dessa vertente, Leonard Cohen já havia se estabelecido como escritor publicado e poeta, para só então abraçar a música. É só ouvir as primeiras canções desse disco e você verá que isso fez toda a diferença.

A temática central de Songs of Leonard Cohen, bem como da maioria de sua obra, é o relacionamento de homem e mulher, tão bem descrito, e passando por todas as emoções e situações que envolvem tão complexo relacionamento, experimentando amor, ódio, compaixão e traição. Está tudo ali de maneira poética em perfeitas melodias.

Se você nunca ouviu Leonard Cohen, comece por aqui.

Músicas-chave: SuzanneSisters of MercySo Long Marianne.


Jimi Hendrix – Electric Ladyland (1968)

Mais um disco do fantástico guitarrista Jimi Hendrix. Já abordei aqui seu 1º trabalho, Are You Experienced? e hoje trago seu terceiro e último trabalho com o Jimi Hendrix Experience original (Jimi Hendrix na guitarra, Noel Redding no baixo e Mitch Mitchell na bateria).

Aqui Jimi Hendrix, atingiu seu máximo chegando ao limite absoluto de seu som psicodélico, tornando Eletric Ladyland em um dos melhores discos não só de seu tempo, como também da história do rock. Constantemente citado por críticos que não conseguem enxergar um palmo na frente do nariz que insistem dizendo que se trata de música para drogados. O fato é que, tanto Hendrix, como sua obra, estão muito além desse estereótipo, tanto é que sua importância é inquestionável até hoje, tanto em relação as técnicas de tocar e de gravação, bem como na enorme influência até hoje sobre qualquer um que queira aprender seu instrumento.

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