Li outro dia nos portais de
noticias da internet, 2 notícias realmente inacreditáveis, daquelas que a gente
não sabe como viveu sem até hoje. Na verdade nem podem ser classificadas como
notícias, pois a manchete de chamada para a matéria é tão autoexplicativa que
não necessita de texto.
Vamos a elas:
A 1ª pode ser encontrada em
qualquer lugar como UOL e Terra,
e diz respeito à ilustríssima presença da atriz americana Megan Fox no camarote
da Brahma durante o carnaval carioca. Por seu desempenho exemplar em tão árdua
tarefa ela será devidamente recompensada com a soma de R$ 4,7 milhões, valor
totalmente justo e coerente com a importância da empreitada. Descobri também
que em 2012, Jennifer Lopez, outra atriz importantíssima que tem tudo a ver e
se identifica perfeitamente com a cultura brasileira recebeu míseros R$ 4
milhões para isso.
Certamente o sonho da vida de
Megan Fox é vir aqui e encher a cara de Brahma tentando assistir os desfiles
enquanto dribla repórteres, artistas tupiniquins, fãs e outros chatos.
É impressionante ler uma coisa
dessas. Será que a Brahma acha que vai alavancar suas vendas com isso? Será que
não tinha nenhuma famosa brasileira que pelo menos se identificasse com a coisa
disponível e que toparia receber, sei lá, em cerveja mesmo?!
Essa Megan Fox, que é uma atriz
muito fraca por sinal (uma Angelina Jolie piorada), ainda vai trazer a tiracolo
o maridão para ver o zoológico. Acho que é assim mesmo que esses famosos
estrangeiros enxergam as coisas por aqui. Algo como um zoológico humano, cheio
de espécies curiosas e diferentes. Evidentemente a levarão a um prazeroso
passeio por alguma favela local também. É deprimente.
A 2ª notícia e uma das mais
imbecis que já li em toda minha vida pode ser encontrada no Yahoo.
A manchete diz o seguinte: Classe alta é a que mais consome cerveja “premium”.
O Yahoo é pródigo em besteiras, mas aqui se superou. O pior é isso está na
parte de finanças. É o fim da picada. Já leram algo mais absurdo? Desde quando
isso pode ser considerado uma notícia? É o típico caso em que nem é preciso ler
a matéria.
Falar que é a classe alta que
mais consome cerveja “premium” é o mesmo que dizer que é a classe alta a que
mais compra carros importados de luxo, ou ainda a que mais compra relógios
suíços ou a que come em restaurantes mais caros etc.
É o tal óbvio ululante a que se referia
Nelson Rodrigues.
Embora seja uma bobagem sem
tamanho, é possível extrair dessa matéria 2 informações interessantes:
- o mercado de cervejas “premium”
faturou ano passado aqui no Brasil R$ 5,29 bilhões. É uma cifra pra lá de
expressiva, o que demonstra claramente que é um bom negócio em um mercado em
expansão;
- mais de 20% dos jovens dizem
que essas cervejas são suas preferidas. Isso também é interessante, pois
ratifica a informação do mercado em crescimento e também mostra que está
ocorrendo, e isso não é de hoje, um refinamento nos hábitos em relação à
cerveja.
Transformar a cerveja em algo
mais refinado pode ser uma boa idéia, mas pode também ser uma faca de dois
gumes, pois já está ocorrendo (conheço gente assim) o mesmo que ocorreu com o
vinho. Juntamente com um leve refinamento vêm os chatos de plantão, no caso do
vinho os enochatos, que no caso da cerveja podem vir a ser chamados de
cervechatos, cervachatos ou algo do gênero.
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