quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A Hora Mais Escura - Análise



Sexta-feira passada estreou nos cinemas de todo o país o filme A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty) da diretora americana Kathryn Bigelow. Esse filme é um dos indicados desse ano ao Oscar de melhor filme.  Bigelow já havia recebido o Oscar por Guerra ao Terror. Em A Hora Mais Escura ela nos leva a uma caçada de 10 anos pelo terrorista saudita Osama Bin Laden. O filme, inclusive começa no fatídico 11 de setembro. No começo ouvimos vozes e gravações do que seriam os últimos momentos de algumas das vítimas do atentado. Logo após é cortado para uma prisão no Afeganistão, onde um grupo de agentes da CIA aplica um interrogatório em alguém que eles julgam ter ligação com uma célula terrorista. Ali nos é apresentada a personagem principal, a agente Maya (Jessica Chastian), recém chegada àquela localidade para auxiliar nas investigações.  A atriz Jessica Chastian concorre ao Oscar de melhor atriz. Maya é uma jovem e obstinada agente que passa os próximos 10 anos de sua vida tentando montar o quebra-cabeça que pode levar à captura de Bin Laden.

Em linhas gerais, esse é o resumo do que se trata o filme. Acredito que a diretora tenha usado farto material e documentos para remontar toda a história que está por trás da captura e morte de Bin Laden. Não vou especular aqui sobre a veracidade ou não da operação e seu objetivo, pois já fiz isso aqui. Vou me ater basicamente na análise da obra em si.

Se levarmos em consideração e usarmos como padrão de comparação Guerra ao Terror, podemos dizer com certeza de que A Hora Mais Escura é bem inferior. O filme certamente foi muito bem executado e Bigelow é boa diretora sem dúvida alguma, mas parece que falta algo. Talvez seja pelo fato do filme ser muito parecido com Guerra ao Terror. As imagens também são muito perecidas, dando uma sensação de que nada ali é novidade.

Outra coisa chata é que o filme é longo demais. Tem 155 minutos. Poderia perfeitamente ter 120, que seria um tempo normal. Não tenho nenhum problema em assistir filmes longos, mas tudo tem uma razão de ser. Grandes estórias normalmente não cabem em filmes curtos, mas aqui não é o caso. É basicamente uma ação que se desenrola durante toda a projeção, sem ações paralelas, por isso entendo que tem uma duração um pouco exagerada.

Outra coisa. É um filme que está concorrendo ao Oscar. Não sei qual será o vencedor, mas entendo que esse filme não é matéria para Oscar. Quando Guerra ao Terror ganhou o Oscar, seu principal concorrente era a fantasia infanto-juvenil Avatar. Daí fica até fácil. Filmes infantis não costumam ganhar Oscar. Esse ano a concorrência é fortíssima, principalmente por causa do favorito, Lincoln de Steven Spielberg.

Tem outra coisa. Não é um filme memorável, assim como a esmagadora maioria dos filmes hoje em dia também não são. Não há uma única cena ou diálogo que sejam dignos de nota ou que possam ser considerados marcantes. Nada. Em minha opinião isso diz muito sobre a obra em si. Não é possível existir um grande filme sem grandes e marcantes cenas.

Em resumo, é um bom e sólido filme, bem realizado. E só. É daqueles em que depois de meia-hora já não sabemos direito o que aconteceu. Seus outros méritos são, apesar do tema, não escorregar para a patriotada e não trocar o desenvolvimento da trama por explosões e tiroteios inúteis.

Entendo que vale a pena ser assistido, sem expectativas, porém. Assista por esporte ou curiosidade sobre um caso que ainda hoje é nebuloso em um episódio muito difícil da história americana.

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