Sexta-feira passada estreou nos
cinemas de todo o país o filme A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty) da
diretora americana Kathryn Bigelow. Esse filme é um dos indicados desse ano ao
Oscar de melhor filme. Bigelow já havia
recebido o Oscar por Guerra ao Terror. Em A Hora Mais Escura ela nos leva a
uma caçada de 10 anos pelo terrorista saudita Osama Bin Laden. O filme,
inclusive começa no fatídico 11 de setembro. No começo ouvimos vozes e
gravações do que seriam os últimos momentos de algumas das vítimas do atentado.
Logo após é cortado para uma prisão no Afeganistão, onde um grupo de agentes
da CIA aplica um interrogatório em alguém que eles julgam ter ligação com uma
célula terrorista. Ali nos é apresentada a personagem principal, a agente Maya
(Jessica Chastian), recém chegada àquela localidade para auxiliar nas
investigações. A atriz Jessica Chastian concorre ao
Oscar de melhor atriz. Maya é uma jovem e obstinada agente que passa os
próximos 10 anos de sua vida tentando montar o quebra-cabeça que pode levar à
captura de Bin Laden.
Em linhas gerais, esse é o resumo
do que se trata o filme. Acredito que a diretora tenha usado farto material e
documentos para remontar toda a história que está por trás da captura e morte
de Bin Laden. Não vou especular aqui sobre a veracidade ou não da operação e
seu objetivo, pois já fiz isso aqui. Vou me ater basicamente na análise
da obra em si.
Se levarmos em consideração e
usarmos como padrão de comparação Guerra ao Terror, podemos dizer com certeza
de que A Hora Mais Escura é bem inferior. O filme certamente foi muito bem
executado e Bigelow é boa diretora sem dúvida alguma, mas parece que falta algo.
Talvez seja pelo fato do filme ser muito parecido com Guerra ao
Terror. As imagens também são muito perecidas, dando uma sensação de que nada
ali é novidade.
Outra coisa chata é que o filme é
longo demais. Tem 155 minutos. Poderia perfeitamente ter 120, que seria um
tempo normal. Não tenho nenhum problema em assistir filmes longos, mas tudo tem
uma razão de ser. Grandes estórias normalmente não cabem em filmes curtos, mas
aqui não é o caso. É basicamente uma ação que se desenrola durante toda a
projeção, sem ações paralelas, por isso entendo que tem uma duração um pouco
exagerada.
Outra coisa. É um filme que está
concorrendo ao Oscar. Não sei qual será o vencedor, mas entendo que esse filme
não é matéria para Oscar. Quando Guerra ao Terror ganhou o Oscar, seu principal
concorrente era a fantasia infanto-juvenil Avatar. Daí fica até fácil. Filmes
infantis não costumam ganhar Oscar. Esse ano a concorrência é fortíssima,
principalmente por causa do favorito, Lincoln de Steven Spielberg.
Tem outra coisa. Não é um filme
memorável, assim como a esmagadora maioria dos filmes hoje em dia também não são.
Não há uma única cena ou diálogo que sejam dignos de nota ou que possam ser
considerados marcantes. Nada. Em minha opinião isso diz muito sobre a obra em
si. Não é possível existir um grande filme sem grandes e marcantes cenas.
Em resumo, é um bom e sólido
filme, bem realizado. E só. É daqueles em que depois de meia-hora já não
sabemos direito o que aconteceu. Seus outros méritos são, apesar do tema, não
escorregar para a patriotada e não trocar o desenvolvimento da trama por
explosões e tiroteios inúteis.
Entendo que vale a pena ser
assistido, sem expectativas, porém. Assista por esporte ou curiosidade sobre um
caso que ainda hoje é nebuloso em um episódio muito difícil da história
americana.
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