Trago hoje 5 discos muito interessantes que foram lançados a partir da metade dos anos 70.
São eles:
Patti Smith - Horses (1975)
Com certeza Patti Smith é uma das maiores influências femininas no rock de todos os tempos. Seu estilo pode ser considerado como ambicioso, não convencional e desafiador, tanto que ela mescla com maestria música e poesia, assim como Bob Dylan, em suas composições. Foi uma das primeiras da onda punk a lançar um disco, se antecipando inclusive aos Ramones.
Horses é seu primeiro trabalho, outro ótimo disco de estréia, antecipando a onda punk em 1 ano, porém tendo toda uma bagagem poetica em suas letras. Apesar do lirismo em suas letras, nota-se a força contida em suas melodias, tocadas vigorosamente de maneira bastante crua, como é possível se confirmar com a levada um tanto quanto rudimentar do guitarrista Lenny Kaye, contrastando perfeitamente com voz e letras de Patti Smith.
Television - Marquee Moon (1977)
Liderado pelo excelente guitarrista Tom Verlaine, o Television tem sua trajetória iniciada em 1973, quendo Verlaine juntou-se ao também guitarrista Richard Lloyd. Embora fosse uma das mais criativas bandas da cena de Nova Iorque nos anos 70, o Television só viria a lançar seu primeiro trabalho alguns anos depois, em 1977. Claramente inspirado na cena punk que dominava a época, o Television tem uma sonoridade bem característica, não devendo ser confundido com bandas como Ramones ou Sex Pistols, antecipando o que seria a tendência pós-punk. Após o lançamento de seu 2º álbum, Adventure, a banda se separou, retornando apenas no final de 1991 para uma curta reunião que resultou em um disco chamado simplesmente Television. Após isso eles se reuniriam novamente em 2001 para algumas apresentações ao vivo, nos EUA e Inglaterra.
Marquee Moon é um disco muito bom, podendo ser considerado como um ótimo trabalho de estréia. É basicamente um disco de rock com muita guitarra e da melhor qualidade. Tom Verlaine é um guitarrista fantástico. É também um dos discos mais subestimados de todos os tempos que, apesar de ter tido críticas muito favoráveis, não chegou a ter sucesso comercial expressivo em seu país natal, vindo a alcançar algum reconhecimento por parte do público inglês que o levou ao 28º posto nas paradas daquele país.
Fleetwood Mac - Rumours (1977)
O Fleetwood Mac é um caso bem diferente e interessante na história do rock, pois pode ser considerado como uma banda com duas fases completamente distintas ou então como duas bandas diferentes. Quem escutar os discos de ambas as fases vai ter a certeza de se tratar de 2 bandas diferentes. A banda, assim como outras tantas do rock, passou por algumas formações diferentes, contando como elementos fixos desde sempre, o baterista Mick Fleetwood e o baixista John McVie, daí o nome Fleetwood Mac. No começo era uma banda orientada totalmente em Blues Rock. A direção musical estava a cargo do excelente guitarrista Peter Green. Quando esse deixou a banda, foi substituído por Christine Perfect, que se casaria com John McVie e se tornaria Christine McVie. No decorrer dos anos 70 eles incorporariam ainda a dupla de soft rock formada por Steve Nicks e o guitarrista Lindsey Buckingham, o que transformaria totalmente o som do grupo e o tornaria um dos mais populares dos anos 70.
Rumours é o disco mais importante da banda e um dos mais vendidos de todos os tempos. Na época ele vendeu 17 milhões de cópias, se tornando o 2º mais vendido até então, perdendo apenas para The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd. Hoje Romours conta com cerca de 40 milhões de cópias vendidas. Seu sucesso foi enorme e conseguiu emplacar 4 músicas nos Top Ten das paradas americanas naquele ano. Um feito fantástico.
Dire Straits - Dire Straits (1978)
Surgindo no final dos anos 70, logo após o ápice do punk rock, o Dire Straits não tem nenhuma influência punk, sendo claramente orientado para o Blues Rock, porém adotando um tom minimalista e até mesmo melancólico em suas composições. Não precisa ser nenhum especialista para perceber que a qualidade das coposições está muito acima do punk da época. Liderado pelo excelente guitarrista Mark Knopfler, o Dire Straits é, muitas vezes, citado como a banda que resgatou a guitarra no rock. Faz sentido, pois em uma época dominada pelo punk e disco music, a guitarra estava um pouco de lado como instrumento-símbolo do rock.
Dire Straits é um dos melhores discos de estréia e também um dos melhores que você pode comprar. Foi um dos primeiros que comprei em CD, no final dos anos 80 e é fantástico. Todas as músicas são boas. Não há uma falha sequer. O Dire Straits é também uma das primeiras referências que tenho em rock. É sem dúvida um disco obrigatório.
The Police - Reggatta de Blanc (1979)
O The Police é um caso raro, pois é um trio onde todos os integrantes são extremamente talentosos. Liderados pelo baterista Stewart Copeland e contando ainda com o técnico Andy Summers na guitarra e o carismático Sting como vocalista/baixista e frontman, o Police é difícil de definir. Transita com enorme vigor entre o punk, o pop rock, o reggae e até mesmo algumas levadas de jazz. Desde Outlandos d'Amour, seu disco de estréia em 78, até Synchronicity, sua despedida em 83, o Police só viu crescer seu público e sucesso. Quando atingiram seu ápice, justamente em 83, o Police era uma das principais e mais influentes bandas do mundo. Quando se seperaram em 84, Sting naturalmente ficou com a maior parte dos fãs da banda, o que resultou em base sólida para sua carreira solo.
O Police lançou apenas 5 discos em sua curta carreira e todos são bons, mas escolhi para apresentar aqui o 2º da banda, Reggatta de Blanc. Enquanto Outlandos d'Amour é bem mais cru, Reggatta de Blanc apresenta composições mais bem elaboradas e executadas, se afastando ainda mais de qualquer influêcia punk. É possível também perceber um nivel maior de experimentação por parte dos músicos. Entendo que pelo menos 1 disco dos caras qualquer colecionador deve possuir. Minha sugestão é Reggatta de Blanc.
Nenhum comentário:
Postar um comentário