Dando sequência ao guia de
cinema, abordo hoje como tema, 5 grandes diretores que surgiram no começo dos
anos 70 e que transformaram totalmente o panorama das produções daquela época, e estão aí até hoje.
Vou falar de 1 filme de cada um deles.
Vou falar de 1 filme de cada um deles.
Tubarão – Jaws (Steven Spielberg - 1975)
Um enorme tubarão branco comete
uma série de ataques na cidade costeira de Amity. O xerife local Brody (Roy
Scheider) quer fechar a praia para evitar mais mortes, porém o prefeito não
permite devido ao fato de que o verão está chegando e com ele os turistas que
sustentam a cidade. No começo o xerife até acata as ordens, mas quando ele é
atingido por uma tragédia pessoal resolve caçar o tubarão com ou sem a
permissão do prefeito. Para isso ele recorre a ajuda do cientista marinho
Hooper (Richard Dreyfuss) e do insano pescador Quint (Robert Shaw).
Quando resolvi falar desses
diretores não pensei 2 vezes antes de selecionar Tubarão como sendo o
representante de Steven Spielberg. Certamente é um dos melhores filmes de
Spielberg. Sem a pieguice, sentimentalismo barato e infantilidades de vários de
seus filmes posteriores.
A cena que abre o filme, com a
garota nua indo tomar um banho de mar à noite é simplesmente sensacional. Ali
já é dada toda a tônica do filme. Outro fator importante, é que esse foi o
filme que alçou Spielberg ao estrelato. Ele já havia feito um filme muito bom
em 1971, o sensacional Encurralado (Duel), mas que foi direto para TV. Aqui ele
consegue desenvolver os conceitos de suspense, terror e aventura dentro de uma
narrativa que corre o tempo todo. A trilha sonora é de arrepiar. Sensacional.
Ganhou 3 Oscar.
O Poderoso Chefão Parte II – The Godfather Part II (Francis Ford Coppola – 1974)
Esse filme maravilhoso nos trás o
início da saga da Família Corleone, desde quando o jovem Vito Corleone chega
ainda criança vindo da Sicília, até sua fase adulta – vivida brilhantemente por
Robert De Niro – onde é levado por várias circunstâncias ao mundo do crime.
Alternadamente a isso, a estória da Família Corleone se desenvolve nos anos 50,
agora sob o comando do filho caçula Michael Corleone (Al Pacino). Agora,
Michael está estendendo seus negócios desde Nova Yorque, até Lake Tahoe
(Nevada) e até a Havana pré-revolução de Castro.
Como eu já havia falado de O
Poderoso Chefão (1972) em post anterior (aqui) escolhi sua continuação para
falar de um filme de Coppola. Nesse caso, embora o filme seja teoricamente uma
sequência, ele não deve ser entendido como uma dessas “franquias” enganadoras
de hoje em dia. O mais correto é considerar que é um filme só que foi dividido
em 2, por conta da longa duração. No livro homônimo de Mario Puzzo, que foi o
ponto de partida para os filmes, a estória está unificada. O Poderoso Chefão II
tem também um dos finais mais controversos da história do cinema. Alguns
críticos o consideram superior ao 1º. Assista e forme sua opinião.
Foi premiado com 6 Oscar,
incluindo Melhor Filme.
Taxi Driver – Taxi
Driver (Martin Scorsese – 1976)
Um veterano da Guerra do Vietnã
totalmente instável, Travis Bickle (Robert De Niro) trabalha como motorista de
táxi pelas ruas de Nova Yorque fazendo a escala da noite. Em suas corridas ele
se depara com toda sorte de vagabundos e imundícies que não aparecem durante o
dia. Morando sozinho, sua única fonte de diversão é o cinema pornô que
frequenta. Uma noite, entra em seu táxi a prostituta adolescente Iris (Jodie
Foster então com 14 anos) pedindo ajuda para se livrar de seu cafetão.
Imediatamente Travis fica obcecado com a garota e tem como objetivo salvá-la
dessa vida. Por outro lado ele conhece e se interessa por Betsy (Cybill
Shepherd), assessora de um candidato a presidência dos EUA. Travis enxerga nele
um grande perigo e decide eliminá-lo. Nessa altura, Travis decide se armar para
concretizar seus planos de matar o político e salvar a prostituta.
Taxi Driver é considerado como um
dos maiores filmes já feitos nos EUA. Além de retratar o submundo, o filme é marcado
por cenas fortes de realismo gritante. A cena em que Travis, já armado
“dialoga” em frente ao espelho com um marginal imaginário é das mais famosas de
todos os tempos. O filme pode até parecer um pouco arrastado e escuro demais em
determinados momentos, mas garanto que a sequência final do resgate da
prostituta Iris, com sua extrema violência nua a crua compensa. É uma tomada
inesquecível. Não tem como assisti-la de maneira indiferente. Seu final sugere
várias interpretações. Assista.
Loucuras de Verão – American Grarfiti – American Graffiti (George Lucas
- 1973)
Em 1962, os amigos Curt, (Richard
Dreyfuss), Steve (Ron Howard), Milner (Paul Le Mat) e Terry (Charlie Martin
Smith) vivem uma série de aventuras e situações pouco usuais, na última noite,
antes de seguirem para a faculdade. Brigas de namorados, conquistas amorosas,
corridas de carro e até envolvimento com uma gangue para praticar pequenos
delitos acontecem na mesma noite. Tudo isso regado ao som do disk jockey mais
popular da cidade, Wolfman Jack, que embala a trilha do filme e serve como uma
espécie de guia para os personagens durante todo o tempo.
Não se deixe enganar. Pode até
parecer que é um filminho bobo e água com açúcar, mas o fato é que American
Graffiti é um dos filmes mais legais que você pode assistir. Uma coisa
interessante é que o filme não tem apenas 1 protagonista principal, mas 4 ao
mesmo tempo. Foi também o 2º longa de George Lucas, imediatamente antes de Star
Wars. Aqui é que ele começou a ser reconhecido de fato, tanto é que o filme foi
indicado a 5 Oscar, inclusive nas categorias de Melhor Filmes e Melhor
Diretor.
O filme tem também algumas
curiosidades interessantes:
- foi rodado em apenas 29 dias;
- a cena em que o ator Charlie
Martin Smith pula de uma moto que bate em um prédio, logo no início do filme
não estava no roteiro e o ator se acidentou de verdade. George Lucas resolveu
incluí-la no filme mesmo assim;
- o ator Harrison Ford se recusou
a cortar seu cabelo para as filmagens, já que seu papel era pequeno, sugeriu
que seu personagem usasse um chapéu;
- o orçamento do filme era de
apenas U$ 770 mil.
- o filme só se tornou realidade
devido ao fato de que Francis Ford Coppola, amigo de Geroge Lucas, teve seu nome
nos créditos como produtor.
Blade Runner – O
Caçador de Andróides – Blade Runner (Ridley Scott – 1982)
Blade Runner é um drama de ficção
científica que conta estória de Dick Deckard (Harrison Ford), um Blade Runner
(unidade especial da polícia especializada na busca e captura dos andróides)
designado para localizar e eliminar 4 replicantes (robôs orgânicos criados
geneticamente) que sequestraram uma nave no espaço e estão voltando à Terra
para encontrar seu criador.
Blade Runner foi muito mal nas
bilheterias dos EUA, custando U$ 28 milhões e arrecadando apenas U$ 32
milhões.Também acabou dividindo a crítica na época, que não gostou muito do seu
ritmo e trama complexa, mas apesar disso, hoje é um clássico Cult, considerado
como um dos melhores filmes já feitos e que deve obrigatoriamente ser
assistido por qualquer pessoa que queira saber um mínimo de cinema. Foi também
apenas o 3º longa de Ridley Scott, realizado após os excelentes Os Duelistas e
Alien, o 8º Passageiro. É considerado pelo próprio diretor como seu filme mais
pessoal. Concorreu a 2 Oscar.
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