Hoje trago 5 discos de um dos
meus gêneros de rock favoritos: o progressivo. Sei que é um estilo de difícil
audição e que tem um monte de gente que odeia, mas quando você consegue chegar
a apreciar o progressivo, abrem-se novos horizontes para estilos musicais mais
desafiadores, como por exemplo, o Jazz.
Os 5 discos de hoje são:
King Crimsom – In The
Court of the Crimson King (1969)
Liderado pelo excelente
guitarrista Robert Fripp, o King Crimson teve sua gênese em um trio chamado
Giles, Giles and Fripp, contando com, além de Fripp, os irmão Michael (bateria)
e Peter (baixo) Giles. Apesar de terem lançado 1 disco, não conseguiram grande
sucesso e Peter Giles deixou a banda. Para seu lugar, Robert Fripp chamou seu
amigo de infância Greg Lake, que mais tarde também abandonaria o grupo para
formar o Emerson, Lake e Palmer. A estreia do King Crimsom aconteceu em um show
gratuito no Hyde Park em Londres, que tinha como atração principal os Stones. Nesse show eles tocaram para 650.000
pessoas. Logo depois lançaram In the Court of the Crimson King. O grupo
foi mudando de formação durante toda sua história, mantendo porém, como elo comum
a todas elas, seu líder Robert Fripp. Entre 69 e 74 eles lançaram 7 discos de
estúdio, todos excelentes.
Minha escolha por falar de In the
Court of the Crimson King é óbvia. Esse é simplesmente o disco que define o que
é rock progressivo. Se você não tem muita ideia do que se trata, escute e
descubra. Para quem nunca teve contato é uma audição dramática, do estilo ame
ou odeie.
Músicas-chave: 21st Century Schizoid Man, I Talk to the Wind e Epitaph.
Yes – Yes (1969)
O Yes é com certeza a banda de
rock progressivo mais famosa e com maior sucesso nos tempos áureos do gênero. Tem
uma formação primorosa, contando com o vocalista Ian Anderson, o baixista Chris
Squire e o baterista Bill Brufford. Já no segundo disco eles contariam também com
o excelente guitarrista Steve Howe. Em 71, o tecladista Tony Kaye deixou e
banda e em seu lugar entrou o lendário Rick Wakeman. A formação com Ian
Anderson, Chris Squire, Steve Howe, Bill Brufford e Rick Wakeman é considerada
a melhor do Yes e uma das mais competentes e talentosas do rock. Pena que só
duraria 1 ano, de 71 a 72. Os famosos The Yes Album, Fragile e Closer to the
Edge são dessa época.
Escolhi, porém, o disco de estreia,
chamado simplesmente de Yes. Além de ter sido o primeiro deles que comprei e
ter, dessa forma algum valor sentimental, é um disco excelente e que sintetiza
muito bem todo o trabalho posterior da banda. Lançado ainda nos anos do flower-power
psicodélico, Yes vai totalmente na contramão da moda vigente, mesclando vários
elementos e produzindo um som único. Isso pode ser claramente comprovado em I
See You, um cover dos Byrds, com uma levada jazz extraordinária. Ouça com
atenção.
Van Der Graaf
Generator – H to He Who Am the Only One (1970)
O Van der Graaf Generator,
certamente não é tão conhecido como Genesis e Yes, não tendo como competir
tecnicamente com eles também, mas foi uma das primeiras bandas de
art/progressive rock e tem em seu fundador/vocalista/compositor Peter Hammill
uma forte liderança. Haviam outros membros atuantes na banda, mas sob a direção
e com a personalidade forte e letras sombrias de Hammill é que o Van der Graaf
Generator ganhou notoriedade. Entre 69 e 71 eles lançaram os 4 discos
essenciais da banda e depois se separaram. Em 75 Hammill voltou com outra
formação para retomar a banda, mas seu esforço rendeu apenas mais 4 discos que
não estavam no mesmo nível dos anteriores e em 78 a banda debandou de vez, com
Hammill seguindo carreira solo. Durante os anos 90 a banda se reuniu 2 vezes
pera apresentações e a partir de 2005, agora como um trio, voltaram a gravar em
estúdio, o que gerou mais alguns discos sem o mesmo impacto e força do começo
da carreira.
H to He Who is the Only One, é o
penúltimo trabalho da 1ª fase da banda. É um disco excelente, embora vários
críticos prefiram Pawn Hearts, seu trabalho subsequente. Esse disco e Pawn
Hearts mostram o total amadurecimento e ápice que chegou a banda. O vocal de
Peter Hammil é fantastico, sempre sombrio e indo do suave ao assustador em
questão de segundos. É uma experiência, um disco e uma banda indispensáveis a
quem quiser entrar no mundo do progressivo.
Músicas-chave: Killer, House With No Door e The Emperor in His War Room.
Genesis – Selling England
by the Pound (1973)
Outra banda espetacular e que só
encontra rival no Yes dentro do gênero progressivo. O Genesis tem uma linha de
formação de músicos espetacular, contando com Peter Gabriel nos vocais, Tony
Banks nos teclados, Mike Rutherford, na guitarra, Steve Hackett também Dancing in the Moonlit Knight na
guitarra e Phil Collins na bateria. A história do Genesis pode ser dividida em 2
etapas, sendo a primeira indo de 69 até 75, ano em que Peter Gabriel deixou a
banda. A partir daqui os membros restantes começaram a procurar e testar vários
candidatos para assumir a vaga de Gabriel nos vocais, o que não era nada fácil.
Depois de extensa e infrutífera procura, arranjaram a solução dentro de casa, com
o baterista Phil Collins assumindo também os vocais. A partir daí é nítida a guinada
ao pop dada pelo Genesis.
Poderia ter escolhido qualquer um
dos 5 discos clássicos do Genesis da época, mas Selling England by the Pound é
meu favorito dessa época e por isso está aqui. Se você tiver curiosidade em
saber, os outros discos essenciais da época são: Trespass Nursery Crime,
Foxtrot e The Lamb Lies Down on Broadway.
Músicas-chave: Dancing in the Moonlit Knight e I Know What I Like.
De todas as bandas citadas nesse
post, certamente Camel é a mais desconhecida e subestimada. Sim, eles começaram
alguns anos depois dos maiores nomes, mas tinham grande qualidade de composição
e execução. Assim como as anteriores aqui citadas também é inglesa. Apesar de
nunca ter conseguido tanto sucesso como seus pares, o Camel manteve desde
sempre um culto fiel de seguidores. Assim como inúmeras outras bandas no rock,
o Camel também teve várias formações, mantendo sempre o líder/guitarrista/vocalista
Andrew Latimer.
A banda conseguiu chegar aos
charts britânicos e americanos com The Snow Goose, de 75. Mesmo assim escolhi
Camel, seu trabalho de estreia, onde, misturam influências rítmicas de jazz e
rock. Mesmo ainda não tendo sua total personalidade formada, a banda já
prometia muito, o que viria a se evidenciar nos discos posteriores, quando
foram alcançando maturidade e identidade musical. Apesar disso é um belíssimo
disco que merece toda a atenção por parte de quem se inicia no mundo do
progressivo.
Músicas-chave: Slow Yourself Down, Mystic Queen e Never Let Go.
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