quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Discoteca Básica de Rock Volume VIII



Hoje trago 5 discos de um dos meus gêneros de rock favoritos: o progressivo. Sei que é um estilo de difícil audição e que tem um monte de gente que odeia, mas quando você consegue chegar a apreciar o progressivo, abrem-se novos horizontes para estilos musicais mais desafiadores, como por exemplo, o Jazz.

Os 5 discos de hoje são:


King Crimsom – In The Court of the Crimson King (1969)

Liderado pelo excelente guitarrista Robert Fripp, o King Crimson teve sua gênese em um trio chamado Giles, Giles and Fripp, contando com, além de Fripp, os irmão Michael (bateria) e Peter (baixo) Giles. Apesar de terem lançado 1 disco, não conseguiram grande sucesso e Peter Giles deixou a banda. Para seu lugar, Robert Fripp chamou seu amigo de infância Greg Lake, que mais tarde também abandonaria o grupo para formar o Emerson, Lake e Palmer. A estreia do King Crimsom aconteceu em um show gratuito no Hyde Park em Londres, que tinha como atração principal os Stones. Nesse show eles tocaram para 650.000 pessoas. Logo depois lançaram In the Court of the Crimson King. O grupo foi mudando de formação durante toda sua história, mantendo porém, como elo comum a todas elas, seu líder Robert Fripp. Entre 69 e 74 eles lançaram 7 discos de estúdio, todos excelentes.

Minha escolha por falar de In the Court of the Crimson King é óbvia. Esse é simplesmente o disco que define o que é rock progressivo. Se você não tem muita ideia do que se trata, escute e descubra. Para quem nunca teve contato é uma audição dramática, do estilo ame ou odeie.


Yes – Yes (1969)

O Yes é com certeza a banda de rock progressivo mais famosa e com maior sucesso nos tempos áureos do gênero. Tem uma formação primorosa, contando com o vocalista Ian Anderson, o baixista Chris Squire e o baterista Bill Brufford. Já no segundo disco eles contariam também com o excelente guitarrista Steve Howe. Em 71, o tecladista Tony Kaye deixou e banda e em seu lugar entrou o lendário Rick Wakeman. A formação com Ian Anderson, Chris Squire, Steve Howe, Bill Brufford e Rick Wakeman é considerada a melhor do Yes e uma das mais competentes e talentosas do rock. Pena que só duraria 1 ano, de 71 a 72. Os famosos The Yes Album, Fragile e Closer to the Edge são dessa época.

Escolhi, porém, o disco de estreia, chamado simplesmente de Yes. Além de ter sido o primeiro deles que comprei e ter, dessa forma algum valor sentimental, é um disco excelente e que sintetiza muito bem todo o trabalho posterior da banda. Lançado ainda nos anos do flower-power psicodélico, Yes vai totalmente na contramão da moda vigente, mesclando vários elementos e produzindo um som único. Isso pode ser claramente comprovado em I See You, um cover dos Byrds, com uma levada jazz extraordinária. Ouça com atenção.

Músicas-chave: I See YouSweetnessSurvival.


Van Der Graaf Generator – H to He Who Am the Only One (1970)

O Van der Graaf Generator, certamente não é tão conhecido como Genesis e Yes, não tendo como competir tecnicamente com eles também, mas foi uma das primeiras bandas de art/progressive rock e tem em seu fundador/vocalista/compositor Peter Hammill uma forte liderança. Haviam outros membros atuantes na banda, mas sob a direção e com a personalidade forte e letras sombrias de Hammill é que o Van der Graaf Generator ganhou notoriedade. Entre 69 e 71 eles lançaram os 4 discos essenciais da banda e depois se separaram. Em 75 Hammill voltou com outra formação para retomar a banda, mas seu esforço rendeu apenas mais 4 discos que não estavam no mesmo nível dos anteriores e em 78 a banda debandou de vez, com Hammill seguindo carreira solo. Durante os anos 90 a banda se reuniu 2 vezes pera apresentações e a partir de 2005, agora como um trio, voltaram a gravar em estúdio, o que gerou mais alguns discos sem o mesmo impacto e força do começo da carreira.

H to He Who is the Only One, é o penúltimo trabalho da 1ª fase da banda. É um disco excelente, embora vários críticos prefiram Pawn Hearts, seu trabalho subsequente. Esse disco e Pawn Hearts mostram o total amadurecimento e ápice que chegou a banda. O vocal de Peter Hammil é fantastico, sempre sombrio e indo do suave ao assustador em questão de segundos. É uma experiência, um disco e uma banda indispensáveis a quem quiser entrar no mundo do progressivo.



Genesis – Selling England by the Pound (1973)

Outra banda espetacular e que só encontra rival no Yes dentro do gênero progressivo. O Genesis tem uma linha de formação de músicos espetacular, contando com Peter Gabriel nos vocais, Tony Banks nos teclados, Mike Rutherford, na guitarra, Steve Hackett também Dancing in the Moonlit Knight na guitarra e Phil Collins na bateria. A história do Genesis pode ser dividida em 2 etapas, sendo a primeira indo de 69 até 75, ano em que Peter Gabriel deixou a banda. A partir daqui os membros restantes começaram a procurar e testar vários candidatos para assumir a vaga de Gabriel nos vocais, o que não era nada fácil. Depois de extensa e infrutífera procura, arranjaram a solução dentro de casa, com o baterista Phil Collins assumindo também os vocais. A partir daí é nítida a guinada ao pop dada pelo Genesis.

Poderia ter escolhido qualquer um dos 5 discos clássicos do Genesis da época, mas Selling England by the Pound é meu favorito dessa época e por isso está aqui. Se você tiver curiosidade em saber, os outros discos essenciais da época são: Trespass Nursery Crime, Foxtrot e The Lamb Lies Down on Broadway.


Camel – Camel (1973)

De todas as bandas citadas nesse post, certamente Camel é a mais desconhecida e subestimada. Sim, eles começaram alguns anos depois dos maiores nomes, mas tinham grande qualidade de composição e execução. Assim como as anteriores aqui citadas também é inglesa. Apesar de nunca ter conseguido tanto sucesso como seus pares, o Camel manteve desde sempre um culto fiel de seguidores. Assim como inúmeras outras bandas no rock, o Camel também teve várias formações, mantendo sempre o líder/guitarrista/vocalista Andrew Latimer.

A banda conseguiu chegar aos charts britânicos e americanos com The Snow Goose, de 75. Mesmo assim escolhi Camel, seu trabalho de estreia, onde, misturam influências rítmicas de jazz e rock. Mesmo ainda não tendo sua total personalidade formada, a banda já prometia muito, o que viria a se evidenciar nos discos posteriores, quando foram alcançando maturidade e identidade musical. Apesar disso é um belíssimo disco que merece toda a atenção por parte de quem se inicia no mundo do progressivo.

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