Nesse sábado passado ocorreu em
Las Vegas a edição 156 do UFC com direito a disputa de título pelos peso-pena
entre o brasileiro José Aldo e o americano Frankie Edgar. Felizmente, o evento
não se resumiu apenas a isso pois teve lutas muito bem casadas, não só com a disputa
do cinturão como atrativo principal, mas também praticamente todo o card
principal, com mais 3 lutas com brasileiros.
A 1ª luta da noite foi entre os
americanos Edwin Figueroa e Francisco Rivera pela categoria dos galos. Aqui já
deu para perceber que a noite prometia, com uma ótima luta de abertura. Depois
de um primeiro round muito equilibrado e até um pouco morno, Rivera aplica um
nocaute espetacular em Figueroa na volta para o 2º round.
Na 5ª luta da noite, ainda pelo
card preliminar, estreia espetacular no UFC do americano Tyron Woodley, que,
com uma sequência de golpes impressionante, nocauteou seu compatriota Jay Hieron
em menos de 20 segundos, ainda por cima acertando todos os golpes que aplicou
no adversário. Espetacular. Não dá para ter uma ideia exata a respeito de
Woodley ainda, mas é bom ficar de olho nesse lutador que é muito rápido e
agressivo. Luta válida pelos meio-médios.
Woodley abrindo caminho para o nocaute em Hieron |
Pulamos agora direto para o 8º
combate da noite, sendo o 2º no card principal, entre os meio-médios Jon Fitch,
dos EUA e Demian Maia do Brasil. Fitch é um lutador muito bom e com grande
experiêcia, porém é conhecido por amarrar muito suas lutas e não deixar seus
oponentes lutarem. Dessa vez ele provou do seu próprio veneno, com Demian Maia
grudado nele o tempo todo pelas costas tentando o estrangulamento e aplicando
golpes no rosto e linha de cintura. No final, vitória justa e incontestável do
brasileiro que não deu nenhuma chance para Fitch, anulando seu jogo e o dominando
totalmente, mostrando que é um grande nome do Jiu-jítsu e também um serio
candidato ao título da categoria, hoje nas mãos do lutador que tem o jogo mais
chato do mundo, o canadense George Saint-Pierre.
Demian Maia tentando um estrangulamento em Fitch |
Confesso que a próxima luta era a
que mais estava esperando, entre o brasileiro Antonio Silva, o Pezão, e o
holandês Alistair Overeem, pelos pesados. Overeem era o campeão do Strikeforce,
evento comprado pelo UFC e extinto recentemente. Overeem também chegou como o
novo bicho-papão da categoria, passando por cima sem tomar o menor conhecimento
do ex-campeão Brock Lesnar. A próxima investida de Overeem seria a luta pelo
título contra o brasileiro Junior Cigano, mas Overeem foi pego no antidoping e
ficou 9 meses suspenso.
Antes de ter outra chance de lutar
pelo título, ele precisaria vencer o brasileiro Pezão, tido como o azarão da
disputa. Acontece que luta se ganha dentro ring e não na véspera, e Pezão,
apesar de ter sido dominado (sem contundência alguma) por Overeem nos 2
primeiros rounds, voltou para o 3º diferente e mais agressivo, conseguindo
encaixar um golpe certeiro que desequilibrou o holandês que recuou até a grade.
Pezão não desperdiçou a oportunidade e atacou violentamente Overeem, acertando
vários socos em sua cabeça em uma sequência magistral de uppers e cruzados
certeiros, o apagando ainda em pé. Após essa sequência, Overeem evidentemente
despencou, porém Pezão ainda teve tempo de acertar mais alguns golpes antes de
ter a luta interrompida pelo árbitro. Foi uma vitória espetacular de Pezão, nocauteando
aquele que era considerado por muitos como a nova sensação e o cara que iria
sacudir a categoria dos pesados.
Antes da luta, Overeem falou
demais e desdenhou de Pezão, que deu uma resposta à altura dentro ring,
nocauteando brilhantemente o gigante holandês.
Pezão literalmente quebrando a cara de Overeem |
A 10ª e penúltima luta do evento
foi entre os meio-pesados Antonio Rogério Nogueira, o Minotouro e o americano e
ex-campeão Rashad Evans. Outra luta com prognóstico não muito favorável para o
brasileiro, porém, Minotouro conseguiu se impor desde o início, defendendo
muito bem as tentativas de queda aplicadas por Evans e mostrando um ótimo
trabalho de boxe.
No fim, vitória incontestável por
pontos de Minotouro que conseguiu desbancar com muita competência um lutador
muito respeitado. Minotouro lutou muito bem, de maneira extremamente
estratégica durante todo o tempo. Não se expôs a nenhum risco e nem tomou
qualquer susto. Para quem não entende do assunto pode até ter parecido uma luta
feia e meio sem graça, mas foi um combate tecnicamente perfeito por parte do
brasileiro, que conquistou uma importante vitória.
Minotouro (dir.) mostrando como se luta boxe para Rashad Evans (esq.) |
O último combate da noite, como
não poderia deixar de ser, foi a disputa do título dos penas entre José Aldo e
Frankie Edgar. José Aldo conduziu de maneira perfeita o combate não dando
qualquer chance para Edgar, que até conseguiu aplicar uma queda no brasileiro
no 4º round, mas apenas isso durante todo o combate. Lutando de maneira muito
inteligente, Aldo, embora não tenha feito uma luta visualmente bonita, dominou
um adversário duríssimo que já havia sido campeão na categoria de cima, dos
leves.
No final, decisão unânime dos
juízes laterais e merecida manutenção do cinturão por parte do brasileiro que certamente
é um dos melhores lutadores peso-por-peso do mundo.
José Aldo acertando mais uma em Frankie Edgar |
Mais um grande evento realizado e
contrariando minha previsão e me fazendo morder a língua, os brasileiros Pezão
e Minotouro conseguiram ótimas vitórias em cima de adversários duríssimos e
considerados por muitos (inclusive por mim) como favoritos.
Próximo dia 23/02 haverá mais um
evento e esse será histórico, pois acontecerá a 1ª luta feminina na história do
UFC. Para mim, isso só serve como curiosidade. O que interessa mesmo é a disputa pelos meio-pesados entre o brasileiro Lyoto Machida e o americano Dan
Henderson. Para mim essa é uma luta de prognóstico
totalmente imprevisível, porém vou apostar no brasileiro. Vamos ver o que
acontece.
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