Prosseguindo com a discoteca
básica, trago hoje 5 discos de bandas não muito conhecidas do grande público,
mas que são muito bons e interessantes para diversificar e aprimorar o
gosto dentro dos mais variados gêneros de Rock.
Os 5 de hoje são:
T-Rex – Electric Warrior (1971)
Liderado pelo carismático e
criativo guitarrista/vocalista Marc Bolan, o T-Rex começou como uma banda
direcionada para o folk-rock e se chamava Tyrannosaurus Rex. Quando mudou de
nome, a banda também mudou radicalmente de direção musical, se tornando uma das
primeiras referências do chamado Glam Rock. Enquanto outros nomes estavam
fazendo álbuns mais elaborados e experimentais, Marc Bolan sempre manteve a ideia
de fazer músicas de 3 minutos, orientadas ao pop. No começo dos anos 70 ele
se tornou um ícone no Reino Unido, fazendo com que o T-Rex conseguisse emplacar
vários Top 10 hits, além de 4 singles no lugar mais alto das paradas. Nos EUA
não obtiveram o mesmo sucesso, alcançando apenas um hit no Top 10 daquele país.
A popularidade do T-Rex se
manteve até 1977, quando Marc Bolan morreu. De astro do rock, emergiu como
ícone Cult, provando que o T-Rex ainda é bem influente na cena rocker até hoje.
Escolhi Electric Warrior, que é o
2º disco dos caras, porque é um disco sensacional e foi o 1º deles que comprei.
Me lembro de estar em uma loja escolhendo uns CDs e esse estava tocando no som da
loja. Na época era bem mais novo e nem conhecia direito o T-Rex. Ouvindo ali na
loja imediatamente me chamou a atenção e perguntei ao vendedor do que se
tratava. Comprei na hora. É um disco praticamente perfeito. Apenas a última
faixa não está no mesmo nível das demais.
Compre e ouça sem parar.
Grand Funk Railroad –
On Time (1969)
Entre 1969 e 1973 essa grande
banda americana lançou 7 discos de estúdio que podem ser considerados como
estando todos no mesmo nível. Liderados pelo guitarrista e vocalista Mark
Farner, o Grand Funk Railroad, apesar do nome, era basicamente uma banda de hard rock, e não tinha nada a ver com Funk (o verdadeiro, não aquela porcaria
do Rio - que nem funk de verdade é e sim um lixo chamado Miami Bass Sound - que se alastrou pelo país inteiro como uma praga). Apesar de algumas de
suas composições terem uma leve levada funkeada, sua orientação era blues-rock
pesado.
On Time é mais um dos grandes
discos de estreia da história do rock. Aqui está tudo o que você precisa saber
e ouvir para entender o som dos caras. Seu som é simples e poderoso. Sem
frescura nem palhaçada. Todos os músicos tocam muito e Mark Farner arrebenta
com seu vocal poderoso. Alguns críticos dizem que as letras de determinadas
músicas desse trabalho são um pouco simplórias (algo que seria corrigido em seus trabalhos
subsequentes), mas se isso é verdade ou não, não desmerece em nada esse ótimo e
altamente recomendável disco.
Mais um daqueles para ser ouvido
bem alto.
UFO – Phenomenon (1974)
Outro grupo muito bom e não muito
conhecido pela maioria dos brasileiros, o UFO é uma banda orientada para o hard
rock. Seu nome foi tirado do club underground londrino de mesmo nome. Seu disco
Flying alcançou grande sucesso no Japão, França e Alemanha, mas passou
totalmente despercebido em seu próprio país natal.
O disco que escolhi para falar
dos caras é o 3º, sendo o primeiro que comprei e o melhor em minha opinião.
Aqui, o guitarrista original Mick Bolton foi substituído, após deixar a banda por
Michael Schenker, irmão e ex-companheiro de banda de Rudolf Schenker,
guitarrista da banda alemã Scorpions. Isso fez toda a diferença, pois apesar de
Schenker ser um dos guitarristas mais subestimados que já vi, ele é excepcional
e trouxe peso e qualidade importantes que seriam marcas registradas nos
futuros trabalhos do UFO. Sempre considerei esse disco muito bom. As músicas
são praticamente todas boas e a qualidade que Michael Schenker trouxe foi
inestimável. Seus solos são simplesmente fantásticos e estão entre os melhores
que já ouvi.
Disco obrigatório.
Roxy Music – Stranded (1973)
Contando com integrantes
extremamente talentosos como Bryan Ferry, Andy Mackay, Bryan Eno e Phil Manzanera,
o Roxy Music evoluiu dentro movimento art-rock do final dos anos 60, mantendo
enorme distância de seus contemporâneos devido ao seu fascínio por pop-arte,
fashion, avant-garde, glamour e cinema. Tudo isso tendo como liderança duas
personalidades antagônicas como Bryan Eno e Bryan Ferry. Enquanto Ferry era
mais orientado para o soul americano e claramente influenciado por Beatles, Eno
estava mais interessado no experimentalismo amador típico do Velvet Underground.
Essa formatação durou apenas 2 discos, mas foi suficiente para influenciar uma
legião de nomes que foram desde o Glam dos 70 até o New Wave dos 80.
Stranded é 3º trabalho do Roxy
Music e o primeiro sem Eno. Dá para perceber nitidamente que o grau de
experimentalismo diminuiu, porém a banda nunca deixou de se aventurar. Aqui a
banda, se deixou de lado um pouco do experimentalismo que era característico,
adota outra sonoridade, recheada de belas linhas de piano e guitarras pesadas. O
Roxy Music lançou 5 discos excelentes em sequência. Muito difícil selecionar um
deles. Escolhi Stramded meramente por gosto pessoal. É um disco muito
interessante e cheio de variações e alternativas, chegando perto do progressivo
uma hora ou outra. Recomendo fortemente a quem esteja começando ou se
interessando em ter uma coleção de rock, que tenha pelo menos 1 do Roxy Music.
Thin Lizzy – Vagabonds
of the Western World (1973)
Resolvi colocar um disco do Thin
Lizzy aqui, pois apesar de ser uma grande banda que sempre contou com ótimos
músicos, é até hoje uma das mais depreciadas e subestimadas dentre as
consideradas grandes do panteão dos anos 70. Inicialmente um trio, comandado
pelo vocalista/compositor/baixista irlandês Phil Lynott (mãe irlandesa e pai
brasileiro), o Thin Lizzy se tornou uma influência e foi largamente copiado quando passou
a ser um quarteto com a incorporação de um ataque duplo de guitarras formado
por Brian Robertson e Scott Gorham. Com essa fórmula de sucesso eles lançariam
alguns ótimos discos ainda nos anos 70 e até a morte prematura de Phil Lynott
aos 35 anos, devido ao seu problema crônico de abuso de heroína, cocaína e álcool.
Mesmo sendo o período com 2
guitarras o mais conhecido e até mesmo apreciado pela maioria dos fãs,
escolhi um disco da primeira formação, em trio, pois aqui, com esse disco, o
grupo atingiu a maturidade que desencadearia os demais subsequentes. Apesar de
ainda não ter o ataque duplo de guitarra, aqui o guitarrista Eric Bell
arrebenta e faz alguns dos solos mais interessantes que já ouvi como em The
Rocker e The Hero and the Madman.
Toque bem alto!
Músicas-chave: The Hero and the Madman, The Rocker, Vagabond of the Western World e Whiskey in the Jar.
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