Matar ou Morrer - High Noon (Fred Zinnemann - 1952)
O filme nos trás Will Kane (Gary
Cooper), xerife de uma cidadezinha que, no dia de seu casamento com a quaker Amy
(Grace Kelly), fica sabendo que ao meio-dia daquele mesmo dia, um criminoso que
ele mandou para a cadeia virá a cidade em busca de vingança. O xerife Kane vai
à população em busca de ajuda para enfrentar o bandido que vem acompanhado de
mais alguns malfeitores para pegá-lo, mas só encontra resistência e abandono
por parte daqueles que protegera até então. Instigado por sua esposa a fugir,
Kane sabe que a única opção é enfrentar seu destino sozinho, ou então terá que
fugir o resto de sua vida.
Matar ou Morrer é um clássico
absoluto do cinema, sendo considerado pelo American Film Institute, como o 2º
melhor do gênero de todos os tempos, só ficando atrás do excelente Rastros de Ódio
(The Searches) que já tratei aqui em um post específico de westerns. Esse filme nos trás também um detalhe
interessante sobre a condição humana e seus relacionamentos interpessoais. A medida
que o filme vai passando, o xerife Kane não encontra ninguém que o queira
ajudar. Todos aqueles que eram seus amigos e o respeitavam até então, no
momento de dificuldade simplesmente o abandonam solenemente. Já tratei desse
assunto aqui.
Outra curiosidade muito
interessante é que Matar ou Morrer transcorre em tempo real. O filme começa às
10:40 da manhã e vai andando minuto a minuto até o meio-dia, horário em que o
criminoso chega à cidade.
Matar ou Morrer não é um típico
western cheio de tiroteios e cavalgadas em alta velocidade. É mais um drama
psicológico que faz um exame de consciência nos personagens, suas atitudes e consequências.
Meu Ódio Será Sua Herança – The Wild Bunch (Sam Peckinpah - 1969)
Bando de criminosos veteranos liderados
por Pike (William Holden) e Dutch (Ernest Borgnine), já pensam em parar suas
atividades, pois os riscos só aumentam e sua lucratividade está cada vez menor. Ainda
por cima o peso da idade começa a cobrar seu preço. Mas o pagamento para roubar
um carregamento de armas para um bandoleiro mexicano, o General Mapache, se
mostra atrativo demais, todavia nem tudo dá certo e os velhos bandidos vão ter
que enfrentar Mapache e seu exército.
Esse é realmente um filme que
pode ser chamado de controverso, pois existem pessoas que o acham magnífico e
gente que odeia ou acha superestimado. Além disso, o uso de violência estilizada
também é criticado por alguns. Uma coisa que fica clara no filme é que ele
retrata de maneira melancólica o fim de uma era. Como se passa em 1913, aqui é
mostrado o fim do velho-oeste, dos cowboys. O General Mapache, tem um carro. O líder
do bando, Pike, não carrega um Colt 6 tiros e sim uma Colt 45 M1911. Os próprios
bandidos já estão velhos e decadentes.
As sequências de ação são
absurdamente boas. Sam Packinpah, usa magistralmente o recurso de filmagem câmera
lenta de determinadas tomadas para dar maior dramaticidade e amplificar o
efeito impactante. O tiroteio final é simplesmente maravilhoso. Um dos, senão o
melhor de todos os tempos. As atuações de William Holden, Ernest Borgnine e Robert
Ryan (que já foi amigo de Pike e agora o persegue) são excelentes. É um filme
sensacional que recomendo a quem realmente gostar do gênero.
Rocky – Um Lutador – Rocky (John G. Avildsen - 1976)
Conta a estória de Rocky Balboa
(Sylvester Stallone), um lutador de boxe medíocre da Filadélfia que trabalha de
coletor para um agiota local. Enquanto isso se envolve com a irmã de seu amigo
Paulie (Burt Young), Adrian (Talia Shire). Rocky é totalmente fracassado, até
que surge a oportunidade de enfrentar o campeão mundial dos pesos pesados
Apollo Creed (Carl Weathers) em uma luta de exibição que será realizada em sua
cidade na noite de ano novo. Para isso ele precisará superar seus medos,
fracassos e ainda a desconfiança de seu antigo treinador Mick Goldmill (Burgess
Meredith).
Esqueça qualquer outro filme do
Rocky que você possa ter assistido que não esse. Ao contrário dos outros que
são uma palhaçada sem precedentes (embora divertidos), Rocky – Um Lutador é um
drama sério. E bem feito também. Aqui não tem heroísmo nem glórias. Tudo é
mostrado de maneira crua em um cenário operário durante o inverno cinza da
Filadélfia.
Algumas curiosidades:
- o filme custou apenas U$ 1,1
milhão, o que era um orçamento modesto mesmo para a época, além disso, o
dinheiro para sua realização foi conseguido pelos produtores devido eles
hipotecarem suas próprias casas. A receita de bilheteria do filme foi, apenas
nos EUA de U$ 117,23 milhões;
- Sylvester Stallone, escreveu o
roteiro em apenas 3 dias, depois de assistir uma luta de Chuck Wepner,
pugilista totalmente desconhecido que teve a oportunidade de enfrentar o
campeão dos pesados à época, Muhammad Ali e, incrivelmente aguentou 15 rounds
(hoje são 12) de pé, chegando até a derrubar o campeão em uma oportunidade;
- o filme foi todo rodado em
apenas 28 dias.
Foi vencedor do Oscar de 76 nas
categorias Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Edição.
Scarface – Scarface (Brian De Palma - 1983)
Scarface – Scarface (Brian De Palma - 1983)
Scarface é uma refilmegem do
homônimo de 1932 produzido por Howard Huges e dirigido por Howard Hawks. Nesse,
a dinâmica da trama segue o original, porém é centrado em Tony Montana (Al
Pacino), um criminoso cubano exilado que tem uma subida meteórica dentro de um
cartel de drogas que opera em Miami. O objetivo de Tony é tomar para si tanto o
cartel, como a namorada do chefe da quadrilha, Elvira Hancock (Michelle
Pfeiffer). Após isso, Tony trabalha em conjunto com o barão da coca em Miami,
mas seus problemas pessoais por abuso de drogas podem precipitar sua queda.
O Scarface original chegou a ser
censurado por conta da violência. Com seu remake não foi diferente. Scarface é
um dos filmes mais violentos já feitos, com cenas de tirar o fôlego, como a que
seu colega é torturado com uma motosserra no começo do filme. A linguagem chula
e o emprego exagerado da palavra “fuck” também foi motivo para a censura do
filme em alguns países. Filme muito bom que mostra bem até onde esses
criminosos podem chegar para atingir seus objetivos. Bom exemplo também de que
nada resiste a um mergulho sem volta no submundo das drogas.
O Silêncio dos Inocentes – The Silence of the Lambs (Johnatan Demme -
1991)
Jovem agente do FBI Clarice
Sterling (Jodie Foster) é incumbida de prender um serial killer que, além de
sequestrar e matar suas vítimas, também as escalpela. Para isso ela deverá
realizar uma série de entrevistas com o genial psicopata canibal Dr. Hannibal
Lecter (Anthony Hopkins), para que esse a ajude a traçar o perfil do criminoso
que procura e assim o localizar e prender. O que Clarice não sabe é que por
trás da necessidade da ajuda de Lecter, está um jogo de gato e rato, entre Dr.
Lecter e Jack Crawford (Scott Glenn), as duas inteligências superiores do
filme.
Em uma primeira análise, esse
parece ser apenas mais um filme policial tipicamente americano, mas o que é
importante é o que está nele subentendido. Existem 3 situações de domínio entre
os personagens, que sempre atuam em duplas: Clarice e Crawford, Clarice e
Lecter e Crawford e Lecter (esses sem nunca se encontrarem, seus
embates se dão através de Clarice). Outra coisa interessante é como a coisa
muda de figura no decorrer do filme. No começo, devido à sua inteligência muito
superior, Lecter faz um jogo de manipulação com Clarice, porém depois é ela
quem o manipula para obter o que precisa.
Vou ficando por aqui mesmo antes
que conte qualquer coisa do filme para quem ainda não o assistiu. Quem já
assistiu aposto que já o fez faz tempo. Aconselho a assistir novamente e tentar
enxergar todas essas trocas de posição de domínio entre os personagens.
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