Hoje vou abordar somente discos
de artistas americanos, ou quase, já que um deles é canadense. Quem viu meu post
ontem percebeu que estou pendendo para o Tio Sam esta semana. Claro que vou
abordar trabalhos de outros americanos. Seria impossível não fazê-lo.
Os discos que vou tratar agora tem
mais ou menos a mesma temática. São de um dos gêneros de Rock que mais gosto e
acho mais empolgante: o Southern Rock, ou Country Rock. O bom e velho Rock, com
a adição de elementos de Blues, Country e Folk.
Não tem contraindicações. É
diversão garantida!
Sem maiores delongas, eis meus 5 selecionados dessa semana:
The Allman Brothers Band – At Fillmore East
(1971)
Não sou um entusiasta de gravações
ao vivo (evidentemente que existem versões ao vivo que superam em muito a
original de estúdio), mesmo que seja assim que você descobre realmente se os
caras são do ramo ou não. Acontece que nesse caso tenho que me render e
apresentar justamente esse ao vivo.
O Allman Brothers é uma das
melhores bandas de todos os tempos. Sem dúvidas nem contestações. Além de terem
músicas excelentes, a banda dos irmãos Allman (Duane – guitarra e Gregg -
teclados), contava com músicos espetaculares, como o outro guitarrista Dickey
Betts e os 2 bateristas Butch Trucks e Jaimoe Johnson.
Duane Allman e Dickey Betts
fazaim uma dupla de guitarristas absurdamente boa (para mim os dois estão entre
os melhores do Rock), até que em 1971 Duane morreu em um acidente de
motocicleta.
Gravado em julho de 1971, poucos
meses antes da morte de Duane em outubro, At Fillmore East, certamente é um dos
melhores registros de uma banda ao vivo em toda a história do Rock. Aqui é
possível ter a real dimensão da capacidade dos músicos. Os caras arrabentam.
Eles apresentam algumas músicas
de seus 2 álbuns de estúdio anteriores só que em versões mais longas e cheias
de improviso.
Não tenho muito o que escrever,
só ouvindo para entender onde quero chegar. Ouça com atenção aos 13 minutos de
In Memory of Elizabeth Reed e comprove.
Músicas-chave: Statesboro Blues, In Memory of Elizabeth Reed, Whipping Post.
Lynyrd Skynyrd – Pronounced Leh-Nerd Skin-Nerd
(1973)
Primeiro disco dessa sensacional
banda de Rock que é considerada como a banda “definitiva” de Southern Rock.
Outra coisa interessante a
respeito da banda é que ela foi a primeira a usar um ataque com 3 guitarristas.
Daí vem parte do peso de sua sonoridade impressionante.
Assim como o Allman Brothers, o
Lynyrd Skynyrd também conta com músicos extremamente talentosos, e como o Allman
Brothers, também foi vítima de uma tragédia envolvendo seus membros. Nesse caso
foi o vocalista e principal compositor Ronnie Van Zant e mais 2 membros (Steve
Gaines e sua irmã Cassie Gaines) mortos em um acidente aéreo em 77.
O Lynyrd Skynyrd voltaria a cena
em 1987, dessa vez com Johnny Van Zant ocupando o local de seu irmão Ronnie.
Certamente essa banda é um exemplo perfeito de superação.
Já nesse disco de estreia os
caras mostram claramente a que vieram, apresentando o que é até hoje a essência
da banda, com sua levada característica que encanta os fãs do gênero há mais de
3 décadas.
Músicas-chave: I Ain't the One, Gimme Three Steps, Simple Man, Free Bird.
The Marshall Tucker Band – The Marshall Tucker
Band (1973)
Essa excelente banda compõe
juntamente com The Allman Brothers Band e Lynyrd Skynyrd, o trio definitivo de
Southern Rock. Se você tiver interesse e ouvir apenas esses três grupos já terá
o que de melhor se fez no gênero.
Liderada pelo ótimo vocalista
Doug Grey e o sensacional guitarrista Toy Caldwell, o Marshall Tucker Band não
é tão conhecido, principalmente no Brasil, como seus conterrâneos citados.
Aliás, foi em uma turnê em que
abriram para o Allman Brothers é que ganharam notoriedade, conseguiram alçar voo
a partir do lançamento de seu 1º disco intitulado apenas The Marshall Tucker
Band.
Nesse disco estão algumas de suas
melhores músicas que são referência direta a eles até hoje.
Nos anos 70 conseguiram uma
sequência de ótimos trabalhos. Em 79 lançariam outro disco muito bom chamado
Running Like the Wind, porém em 1980, Tommy Caldwell, irmão de Toy e membro da
banda morreu em um acidente de carro.
Logo após a morte de seu irmão, Toy deixaria
a banda para tentar carreira solo. O vocalista Doug Grey e o flautista Jerry
Eubanks tentaram levar a banda adiante com a contratação de alguns caipiras de
Nashville, para substituir os membros originais, mas o fato é que sempre se
ressentiram da ausência de Toy e a coisa nunca mais foi a mesma.
Por sorte temos os registros da
formação original, e o melhor deles é justamente o primeiro.
Músicas-chave: Take the Highway, Can't You See , Ramblin'.
Creedence Clearwater Revival – Willie and the
Poor Boys (1969)
Essa banda pode ser considerada
um fenômeno, uma vez que conseguiu lançar 6 ótimos discos em sequência com a mesma pegada
e qualidade em apenas 3 anos. Um feito incrível.
Embora o Creedence tenha
elementos semelhantes, não dá para caracterizá-lo como uma banda típica de Southern
Rock. Não é pelo fato de ser de origem californiana, o que certamente
influencia muito seu som, mas se você comparar com Allman Brothers, Lynyrd
Skynyrd e Marshall Tukcer Band vai ver que é bem diferente. Evidentemente isso
não desmerece em nada os caras.
Totalmente centrada na figura do
vocalista, guitarrista e compositor John Fogerty, o Creedence se tornou um trio
em 71 quando Tom Fogerty – irmão de John – deixou a banda devido ao controle
excessivo deste. No álbum Mardi Gras (uma droga!), de 72, John concordou em
dividir as composições e vocais com o baterista Doug Clifford e o baixista Stu
Cook, mas a vaca já tinha ido para o brejo e esse foi o canto do cisne para o
Creedence.
Certamente os indicaria para
alguém que esta começando a ouvir rock de verdade e não essa frescura de hoje
em dia. É um som empolgante, com grande qualidade, ótimos vocais, solos de
guitarra eletrizantes e ainda por cima é super acessível aos ouvidos menos
experientes.
É evidente que cada fã tem seus
discos favoritos, e como os 6 primeiros estão no mesmo
nível, cada um defende o que mais gosta.
No meu caso é o 4º disco da
banda, Willie and the Poor Boys, que além de apresentar vários hits, ainda
conta com músicas espetaculares que não são muito conhecidas.
Músicas-chave: Down on the Corner, Cotton Fields, Fortunate Son, Effigy.
The Band – The Band (1969)
Essa grande banda canadense (na verdade 3 canadenses e 2 americanos) está
mais na linha Folk e não tanto como Southern Rock, mas pode ser colocada aqui
sem maiores problemas.
Tendo como grande parceiro e
mentor Bod Dylan, o The Band, entre 68 e 75, foi uma das mais populares e
influentes bandas de Rock, ao ponto de ter sido assunto de um filme espetacular
chamado The Last Watz, dirigido por ninguém menos que Martin Scorsese. O filme
é sobre a despedida dos palcos do The Band e conta com presença de vários nomes
famosos da música como Bob Dylan, Eric Clapton, Nei Young, Van Morrison, Ringo
Star, Ronnie Wood, entre outros.
Liderada pelo baterista/vocalista
Levon Helm e pelo guitarrista/vocalista Robbie Robertson, a banda lançou 9 trabalhos
sucessivos muito bons durante esse período.
Abordo aqui o 2ª disco dos caras
que leva o nome da banda: The Band.
É desse disco minha música
favorita deles (The Night They Drove Old Dixie Down), mas não foi por isso que escolhi e sim por sua unidade. É um
trabalho muito mais maduro e elaborado que o 1º, que parece ser apenas um monte
de músicas soltas e aleatórias.
É discoteca básica com certeza.
Músicas-chave: The Night They Drove Old Dixie Down, Up on Cripple Creek, e The Unfaithful Servant.
É isso aí. Semana que vem tem mais. Espero que tenham gostado.
É isso aí. Semana que vem tem mais. Espero que tenham gostado.
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