Hoje vou abordar 5 filmes de um
dos gêneros que mais gosto: Guerra.
A verdade é que sobre filmes de
guerra é sempre a mesma coisa: 2ª Guerra e Vietnã. Claro que outras guerras já
foram abordadas de maneira brilhante em vários filmes, mas no fim tudo se
resume a isso. Falarei a respeito de filmes de outras guerras também, mas hoje
o assunto é 2ª Guerra. Para ilustrá-la trago 5 filmes excelentes e muito longos
também.
Desses filmes, 4 são baseados em
fatos reais (os primeiros da lista) e 1 não.
Você verá que apesar de ser um
post exclusivo sobre 2ª Guerra os enfoques dos filmes são totalmente distintos.
Se for possível farei um post
específico sobre o Vietnã também.
Eis os filmes de hoje:
O Mais Longo dos Dias – The Longest Day (Ken Annakin, Andrew Marton,
Bernhard Wicki e Darryl F. Zanuck – sem créditos 1962)
Contando com um elenco estelar, O
Mais Longo dos Dias, retrata toda a operação, desde o final do seu planejamento
até a execução do chamado Dia D, nome código, Operação Overlord.
Para quem não sabe, o Dia D foi
uma ação extremamente complexa de retomada do território Francês que estava
sobre domínio alemão. É creditada a essa operação a grande virada na 2ª Guerra
em prol dos aliados.
Foi o maior ataque que o mundo
conheceu e ocorreu no dia 6 de junho de 1944, na costa francesa da Normandia,
envolvendo 3.000.000 de homens, 11.000 aeronaves e 4.000 navios.
Como os alemães estavam nesse momento
lutando em duas frentes de batalha (front ocidental na Europa e front oriental
na Rússia), eles não entendiam que essa seria a melhor opção de ataque dos
aliados e por isso não estavam aparelhados nem preparados o suficiente, tanto é
assim que as baixas sofridas foram muito inferiores aquelas estimadas pelo
comando aliado.
Entre os atores que participaram
do filme estão John Wayne, Robert Mitchum, Richard Burton, Sean Connery, Henry
Fonda, Robert Ryan, Rod Steiger, Robert Wagner entre outros. Fato curioso é que
apesar de um elenco tão grande, praticamente nenhum deles interage com o outro,
pois o filme enfoca dezenas de ações que ocorrem simultaneamente, desde o
desembarque na praia de Omaha, a ação dos paraquedistas, chegada das tropas
inglesas, o papel da resistência francesa entre outros.
O filme é de uma riqueza de
detalhes muito grande e o assunto é tratado de maneira séria. Sem heroísmo
barato e clichês de bom mocismo. Esqueça O Resgate do Soldado Ryan. É uma
baboseira.
Se quiser assistir um filme sério
sobre o assunto, assita esse.
Fugindo do Inferno –
The Great Escape (John Sturges 1963)
Mais um filme espetacular que,
com um elenco de primeira composto por Steve McQueen, James Garner, Richard
Attenborough, Charles Bronson, Donald Pleasence, James Coburn, e outros.
Baseado em uma fantástica
história real (livro homônimo de Paul Brickhill), o filme nos trás um grupo de
prisioneiros militares em um campo comandado pela Luftwaffe – O Stalag Luft
III, considerado como o mais seguro do gênero – que traça um plano extremamente
ousado e complexo para fugir e de quebra levar o maior número de prisioneiros
possível – 250.
A ideia era cavar três túneis a
partir dos alojamentos e em direção à floresta que se encontra a algumas
centenas de metros de distância. O filme vai se desenrolando e mostrando a
complexa execução do plano que vai desde onde depositar a terra extraída dos
túneis até preparar roupas civis e documentos falsos para todos os envolvidos.
Um detalhe interessante sobre o
filme é que a cena de perseguição de motocicleta foi realizada pelo próprio
Steve McQueen, sem a utilização de dublê.
É um filme que apesar de longo
(172 minutos) corre o tempo todo e não dá chance para respirar. É eletrizante
do começo ao fim.
Não deixe de assistir em hipótese
alguma.
Patton – Rebelde ou
Herói – Patton (Franklin J. Schaffner 1970)
Patton retrata a trajetória do
general americano George Patton durante a 2ª Guerra Mundial. Certamente Patton
foi um dos generais de linha de frente mais importantes entre todos os que
combateram na guerra, ao lado dos generais Bradley, também americano,
Montgomery, inglês, Rommel, alemão e do russo Zhukov.
O subtítulo da cópia brasileira –
Rebelde ou Herói – embora dispensável como todo subtítulo adicionado sem
critério pelos tradutores abobalhados, faz total justiça com a forte
personalidade de Patton, e nesse caso, sem dúvida ele é tanto rebelde como
herói, conseguindo feitos, conquistas e vitórias importantíssimas, como a
libertação do Marrocos, Argélia e Túnisia, bem como as cidades de Messina e
Palermo.
No comando do 3º Exército dos
Estados Unidos, Patton fez mais de 1,2 milhão de prisioneiros, tirou de combate
mais de 1,8 milhão de soldados inimigos e libertou mais de 12 mil cidades e
povoados.
No final da guerra, Patton queria
permanecer no Europa e comandar contra os Russos uma guerra que ele julgava
inevitável.
Esse é um filme realmente fantástico
e um dos meus preferidos do gênero. Ganhou 7 Oscar, inclusive de melhor ator
para George C. Scott por sua interpretação magistral.
O assisti vária vezes e é sempre
impressionante. A cena de abertura de Patton, onde apenas ele a frente de uma
imensa bandeira americana discursa para suas tropas é antológica.
Um filme para ver e rever de
tempos em tempos.
Uma Ponte Longe Demais
– A Bridge Too Far (Richard Attenborough 1977)
É outro filme muito interessante
e com um grande elenco formado por nomes como Dirk Bogarde, James Caan, Michael
Caine, Sean Connery, Edward Fox, Elliot Gould, Gene Hackman, Anthony Hopkins,
Robert Redford, Laurence Olivier e mais alguns.
Trata sobre a Operação Market
Garden, que acabou sendo uma tentativa parcialmente bem sucedida de retomada de
pontos estratégicos tomados pelos alemães nos países baixos durante a 2ª Guerra
Mundial. Embora não tenha obtido 100% de êxito, essa operação serviu para
desviar a atenção e atrasar reforços inimigos, o que deu margem de manobra para
os aliados em outros locais.
Muito interessante como esses
filmes conseguiam reunir um elenco tão grande e com nomes tão consagrados. Hoje
isso seria impossível, pois não há, assim como em O Mais Longo dos Dias, um
ator principal. São vários atores conhecidos interpretando em rápidas
aparições, pois existem muitas ações ocorrendo simultaneamente no filme.
É o mesmo caso de que vários
atores famosos não contracenam uns com os outros.
Grande filme. Desses 4 que
elenquei até agora, certamente esse é o menos conhecido.
Fica aqui a dica de assistí-lo e
ver uma história real, de grande importância, mas que ficou relegada a um 2º
plano.
Além da Linha Vermelha – The Thin Red Line
(Terrence Malick 1998)
Esse filme assisti no cinema na época
de lançamento e fiquei maravilhado. É um filme de guerra, é claro, mas é muito
diferente do que estamos acostumados.
Primeiramente porque ele aborda o
teatro de operações do Pacífico, mais precisamente a batalha de Guadalcanal,
travada entre americanos e australianos contra japoneses na ilha de Guadalcanal
no arquipélago das Ilhas Salomão.
Várias coisas tornam esse filme
único na minha opinião. A começar pelo fato de ter sido apenas o 3º do diretor
Terrence Malick. Até aí tudo bem, o caso é que Malick não filmava há mais de 20
anos. Ele havia lançado 2 filmes que se tornariam clássicos em 73 e 78 (Terra
de Ninguém e Cinzas no Paraíso).
Quando foi dada a notícia de que
Malick estava filmando novamente uma fila de atores conhecidos e consagrados
foi pedir para participar.
O diretor é conhecido por ser
estupidamente perfeccionista e isso pode ser visto claramente em todas as
tomadas. Você percebe que tudo é muito cuidadoso e bem feito.
Outra coisa interessante é que,
apesar de ser um filme de guerra, ele também é muito contemplativo e explora os
dramas e angústias dos personagens em meio a imagens e fotografia belíssimas.
É um filme para quem realmente
gosta de cinema e que recomendo fortemente.
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