quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Mike Terrorista

Conhece o Mike Terrorista? Nunca ouviu falar? Confesso que até ontem à noite eu também nunca havia ouvido falar do cara. 

Antes de continuar lendo, dê uma checada aqui e tenha o enorme prazer de conhecer o Mike Terrorista, com direito a narração do mesmo e tudo.

Assistiu? Que achou? Genial, hein? Sério, nunca vi ninguém fazer isso que o cara faz. É uma loucura total. E é de verdade, não é filme nem encenação. E sem dublê. Pode esquecer aquela cena de perseguição de moto no 2º filme da série Matrix. Isso aqui é muito mais alucinante.

Só quem já teve ou pilotou moto sabe o que esse cara fez. Eu mesmo já tive moto e, como era de se esperar, caí. Só existem 2 tipos de motoqueiros no mundo. Aqueles que já caíram e os que ainda vão cair. Para não cair mais, que não é nada agradável, desisti da moto. Evidentemente que o Mike nunca desistiria. O cara é totalmente maluco.

Claro, todos já vimos vídeos de caras descendo a serra de maneira alucinante naquelas motos do Jaspion, mas para o Mike isso é fichinha.

Pelo que pude descobrir, o Mike Terrorista é um fenômeno no youtube. Seus vídeos tem muitas milhares de visualizações. Eu mesmo, depois de asssitir à esse que coloquei acima, já assisti mais uma meia dúzia.

Ao que parece o 1º vídeo postado por ele, sob a alcunha de Mike9mmm é de 25/05/12, testando uma Yamaha MT 03. De lá para cá o cara já colocou no ar dezenas de vídeos. 

Quando comecei a assitir o vídeo que postei aí em cima, achei que se tratava de um mero vídeo de algum motoboy fazendo besteira. Que nada. O que me chamou a atenção, depois do choque das cenas iniciais, é que a moto do cara andava muito para ser uma CG de motoboy. O ronco dela também era muito mais encorpado. Descobri que se tratava de uma moto de 600cc. OK. Vendo outro vídeo dá para ver que se trata de uma Honda 600 Hornet. Ah bom.

Honda 600 hornet 2013


Não sei o ano da moto do Mike (mas mesmo que não seja zero é mais ou menos como essa aí em cima), mas as 600 Hornet zero, desenvolvem 102 cavalos. É muita coisa. Por isso acelera tanto.

Assim que terminei o vídeo ontem à noite, sabia que teria que escrever algo a respeito. Nem preciso escrever muito porque a coisa é auto-explicativa. É demais. Diversão garantida.

Assista, divirta-se, mas lembre-se: não tente isso em casa. 

Errata: Meus leitores Claudio Prado e Douglas me alertaram de um erro que cometi nesse post, mencionando que a moto de Mike Terrorista é uma Hornet, quando na verdade trata-se de uma Yamaha XJ6 (foto abaixo), que desenvolve 77,5 cavalos de potência. Agradeço à eles a atenção e boa vontade de me corrigirem. Obrigado pessoal!

Yamaha XJ6

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Vale Tudo Isso?



Nesse domingo dia 27/01/13 estava conversando com um tio meu a respeito de vários assuntos e não sei por que caímos no assunto dos carros antigos.

Quem me acompanha há algum tempo, sabe que esse é um assunto de meu interesse e que gosto muito, inclusive já foi tema de um post meu do ano passado.

Esse meu tio em questão, assim como seu irmão caçula, também é entusiasta dos automóveis antigos e, sempre que abre uma brecha, tanto ele como meu outro tio – o caçula, vão a alguns encontros que acontecem semanalmente aqui em Curitiba. Tem um encontro que ocorre no Centro Cívico daqui, e, ao que parece meus tios costumam dar uma passada lá de vez em quando.

Voltando ao domingo, como disse, estávamos conversando e abordamos no assunto. O tema, porém, não foi a respeito de algum modelo interessante ou raro que viu recentemente, mas sim os preços que estão sendo estipulados nos carros.

Entendo que os veículos antigos fazem parte da nossa história, são bonitos e charmosos (nem todos) e devem ser preservados. Entendo também que sua restauração é extremamente dispendiosa, tanto em tempo como em dinheiro e exigem uma série de cuidados, o que acaba valorizando e muito o veículo quando pronto, principalmente para seu dono. OK. Mas tudo tem limites.

O caso é que, no meio do assunto, meu tio me contou que nesse encontro de antigos, havia um cidadão que estava com um carro a venda. Era um Opala coupe 73. Não perguntei e ele também não me informou o modelo específico do carro, se era 4 ou 6 cilindros, se era SS, etc. Segundo meu tio, o carro estava em excelente estado, parecendo que havia sido tirado da concessionária naquele mesmo dia.

Até aí tudo bem, o que acontece é que o sujeito estava pedindo a “bagatela” de R$ 80 mil pelo carro. Você leu direito sim. Não me enganei. 80 mil reais por um Opala. Tudo bem, o Opala é um dos carros mais importantes e queridos da nossa história, foi um lançamento muito mais moderno frente ao que havia na época etc., mas aí já é demais.

Olha só o que acontece. Antigamente esses carros antigos eram bem baratos. Me lembro do meu pai ter comprado um Chevrolet Bel Air 51 há vários ano atrás. O carro estava em ótimo estado. Não era nenhum show car, mas tinha muito pouca coisa para fazer. Bem pouca mesmo. Lembro direitinho de quando fomos comprá-lo. E me lembro também do preço. R$ 6.000,00. Seis mil reais. Isso mesmo. Era o preço. Hoje em dia um carro desses em bom estado custa uns R$ 70 mil. Vale tudo isso? Aí já é outra conversa, mas afirmo categoricamente que um Opala não vale 80 mil. Não mesmo.

Esse é apenas um exemplo do que vem acontecendo. Se alguém aí é leitor da revista Classic Show, que aborda só carros antigos e clássicos, talvez perceba que nas sessões de classificados da revista, tem carro lá que está há mais de 1 ano para vender. E não vende. Então essa revista é uma mídia ruim para quem quer vender? Acredito que essa não seja a causa, mas sim os preços malucos que estão sendo pedidos. E tem outra coisa nesse mercado de usados que está muito irregular, tem uns espertos por aí que trazem dos EUA umas porcarias dos anos 70, carros como Mercury, Oldsmobile, Lincoln e até mesmo Cadillac, que lá não valem nem U$ 2,5 mil e aqui os caras pedem mais de R$ 100 mil. É o fim.

Foi mais ou menos assim: o interesse começou pelos modelos mais raros e bonitos, digamos alguns Chevrolets e Cadillacs dos anos 50 que são muito apreciados pelos colecionadores. O pessoal comprou e o preço subiu. Quando a oferta se tornou muito reduzida e os preços astronômicos, o interesse migrou para outros modelos de outras épocas e outros países, e assim por diante, até chegar aos veículos nacionais.

Os Dodges dos anos 70 começaram a ser valorizados, isso puxou junto o preço dos Mavericks, que arrastou o dos Galaxie/Landau, chegando finalmente aos Opalas. Quando eu era garoto ninguém queria saber desses carros. Ter um carro desses era um atestado de dureza. Mas até aí tudo bem. Eu também gosto e os acho modelos interessantes e colecionáveis. O problema é o que vem a seguir. Se pedem 80 mil em um Opala, a lógica diz que é possível pedir 50 mil em um Chevette, por exemplo. Ou em um Corcel, uma Brasília dentre outros menos cotados. A partir daqui é só ladeira abaixo.

Claro que deve haver pessoas que gostam desses carros, que nutrem algum valor sentimental por eles, mas são casos pontuais. A verdade é que existem carros que devem ser preservados e outros que não. Um Cadillac 1959 é um carro que certamente deve ser preservado, bem como um Bel Air 1957 ou um Chrysler 300 de 1957. Agora, vender a ideia de que carros como Chevette, Corcel e Brasília são desejáveis objetos de coleção é um despropósito total. O destino certo desses carros deveria ser o ferro-velho. É o único fim digno para eles.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Discoteca Básica de Rock Volume V Capitulo V



Encerrando o tema dos grandes festivais dos anos 60/70, completo hoje minha postagem sobre o tema com a 2ª e última parte da 3ª edição do Festival da Ilha de Wight em 1970.

Os discos de hoje são:


Emerson, Lake and Palmer – Emerson, Lake and Palmer (1970)

Emerson, Lake and Palmer foi o primeiro supergrupo dentro do rock progressivo. Cada um de seus integrantes vinha de uma banda já em atividade: Keith Emerson (teclados) do The Nice, Greg Lake (baixo) do King Crimson e Carl Palmer (bateria) do Atomic Rooster. Todos os 3 são excelentes músicos, e suas composições são fantásticas, muitas vezes contrapondo um instrumental tão complexo que é capaz de levar um ser humano ao limite de sua sanidade com o magnífico vocal suave de Greg Lake. É um deleite. Mas é para poucos.

Esse é mais um exemplo de grande disco de estreia. É um disco extremamente ambicioso, dominado por melodias instrumentais e baladas como Lucky Man. Aqui, a todos os integrantes é permitido mostrar seus talentos, inclusive o fantástico baterista Carl Palmer, que faz um solo espetacular em Tank. Apesar da sonoridade complexa, o disco chegou ao número 20 nos EUA e 4 na Inglaterra.

Me lembro de ter ido a um show do Emerson, Lake and Palmer aqui em Curitiba, no Teatro Guaíra em 1996. Que apresentação fantástica. Que sonoridade. Muito marcante. Aposto que mais da metade da platéia não entendeu absolutamente nada. No final, para coroar uma performance perfeita, os integrantes da banda, depois do bis, desceram do palco para dar autógrafos e tirar fotos com o pessoal, em uma atitude de extrema elegância, respeito aos fãs e também humildade e civilidade. Nunca havia visto e nem vi novamente nada assim.

Músicas-chave: Take a PebbleTankLucky Man.


Moody Blues – A Question of Balance (1970)

Entre 67 e 72, o Moody Blues lançou 7 discos excelentes na sequência. Poucos artistas conseguiram tal feito. Já tratei aqui de outro ótimo trabalho deles, o Days of Future Passed. Hoje trago aqui o 5º disco dessa fase tão criativa.

Escolhi esse pelo fato de ter sido uma tentativa da banda de  experimentar novos horizontes, mesclando sons um pouco mais pesados com sua característica levada um pouco psicodélica flertando constantemente com o progressivo. Uma das coisas mais interessantes sobre o Moody Blues, é como eles se preocupam com a melodia e poesia em suas composições. Sempre são carregadas de lirismo e executadas de maneira extremamente cuidada.

Esse disco apresenta também algumas de suas músicas mais populares, que costumavam constar em seus shows.



Jethro Tull – Benefit (1970)

Essa fantástica banda é um fenômeno. Centrada totalmente na figura de seu líder Ian Anderson, o Jethro Tull conseguiu a façanha de lançar 11 discos sensacionais no mesmo nível em 10 anos. Pode comprar tranquilamente qualquer disco dos caras de 1968 até 1978 que você não vai se arrepender. Evidentemente que todos temos nossos favoritos.

Hoje trago o 3º disco dos caras. Benefit. Aqui os caras abandonam um pouco suas tendências de blues e pendem para o folk. Benefit também lança a pedra fundamental que seria modelo para os próximos trabalhos do grupo, onde trabalha o violão acústico de Ian Anderson com a guitarra crescente de Martin Barre. Essa fórmula foi usada com maestria em Aqualung e Tick as a Brick. 

É um disco simplesmente maravilhoso. Comprei quando tinha uns 17 anos e ainda me impressiono cada vez que ouço. Não é, evidentemente um disco cheio de hits, até porque o Jethro Tull não é uma banda cheia de hits, mas as músicas são demais. Todas. É um disco perfeito.  Se você só quiser comprar um disco deles, mas acha que Aqualung (que já falei aqui) é muito batido, compre o Benefit.



Leonard Cohen – Songs of Leonard Cohen (1967)

Apesar de não ser conhecido pelo grande público, Leonard Cohen é um dos mais fascinantes cantores/compositores de sua era. Ele conseguiu manter sua audiência por mais de 4 décadas, apesar de várias interrupções durante o período o que apenas serviu para aumentar a mística em torno de si. Em termos de qualidade composições e longevidade de um artista solo, ele só pode ser comparado com Bob Dylan.

Songs of Leonard Cohen foi lançado em 1967, uma época em que um número cada vez maior de compositores se preocupava em dar de maneira mais explícita, uma veia mais poética para suas músicas. Ao contrário dessa vertente, Leonard Cohen já havia se estabelecido como escritor publicado e poeta, para só então abraçar a música. É só ouvir as primeiras canções desse disco e você verá que isso fez toda a diferença.

A temática central de Songs of Leonard Cohen, bem como da maioria de sua obra, é o relacionamento de homem e mulher, tão bem descrito, e passando por todas as emoções e situações que envolvem tão complexo relacionamento, experimentando amor, ódio, compaixão e traição. Está tudo ali de maneira poética em perfeitas melodias.

Se você nunca ouviu Leonard Cohen, comece por aqui.

Músicas-chave: SuzanneSisters of MercySo Long Marianne.


Jimi Hendrix – Electric Ladyland (1968)

Mais um disco do fantástico guitarrista Jimi Hendrix. Já abordei aqui seu 1º trabalho, Are You Experienced? e hoje trago seu terceiro e último trabalho com o Jimi Hendrix Experience original (Jimi Hendrix na guitarra, Noel Redding no baixo e Mitch Mitchell na bateria).

Aqui Jimi Hendrix, atingiu seu máximo chegando ao limite absoluto de seu som psicodélico, tornando Eletric Ladyland em um dos melhores discos não só de seu tempo, como também da história do rock. Constantemente citado por críticos que não conseguem enxergar um palmo na frente do nariz que insistem dizendo que se trata de música para drogados. O fato é que, tanto Hendrix, como sua obra, estão muito além desse estereótipo, tanto é que sua importância é inquestionável até hoje, tanto em relação as técnicas de tocar e de gravação, bem como na enorme influência até hoje sobre qualquer um que queira aprender seu instrumento.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

UFC Johnson vs Dodson



Nesse sábado (26/01/13) aconteceu em Chicago a disputa do cinturão do peso-mosca (categoria mais leve do UFC até 57 kg) entre o campeão Demetrious Johnson e o desafiante John Dodson. O que me interessava de verdade nesse evento era a luta entre o brasileiro Glover Teixeira e o americano Quinton “Rampage” Jackson, pelos meio-pesados. O evento, porém, foi surpreendentemente bom, com vários combates de qualidade. Para se ter uma ideia, de 11 combates programados, selecionei 8 para comentar rapidamente.

O 2º combate da noite foi na categoria dos médios, entre o brasileiro Rafael Natal, o Sapo, e o americano Sean Spencer. O 1º round começou bem equilibrado, mas com uma pequena vantagem para o americano. Porém, no final do round, Sapo conseguiu colocar o americano com as costas no chão onde trabalhou seu ground and pond. No 2º round, Sapo teve ótimo desempenho, conseguindo impor seu jogo e dominar totalmente o adversário, aplicando 2 quedas e quase finalizando a luta com um estrangulamento, contudo não havia mais tempo e Spencer foi salvo pelo gongo. No 3º round, Sapo novamente derruba o americano, mas dessa vez parte logo para a finalização, 1º tentando uma americana (Kimura invertida) e conseguindo sucesso com um katagatame. Ótimo combate do brasileiro e mais um degrau conquistado, todavia para o título ainda está muito longe.

Sapo (por cima) tenta aplicar um estrangulamento em Spencer


A 3ª luta foi entre os pesados Shawn Jordan e Mike Russow, ambos dos EUA. Com a torcida a seu favor, Russow partiu para cima de Jordan logo no começo e quase o nocauteou, e seguiu dominando totalmente. No 2º round parece que o gás de Russow acabou e ele deu uma bobeada, o que possibilitou a Jordan uma virada incrível na luta, espancando violentamente Russow no chão, exigindo a intervenção do árbitro. Apesar da vitória, esse Jordan é um lutador mediano. Não tem qualquer possibilidade de sequer sonhar em disputar o cinturão.

Jordan jogando por cima contra Russow


A 4ª luta do card preliminar entre os meio-pesados Ryan Bader e Vladimir Matyushenko foi tão rápida que nem tem o que comentar. Depois de um começo de estudos, Bader aplica um knockdown em Matyushenko, o que abre caminho para a finalização no chão por um triângulo de mão. Tudo isso só durou 50 segundos. Bader é um lutador apenas mediano. Levou um nocaute espetacular de Lyoto Machida e agora consegue se recuperar em cima de Matyushenko que conta com 42 anos.

Bader parte para cima de Matyushenko para finalizá-lo


A 7ª e última luta do card preliminar também foi bem interessante, entre o canadense TJ Grant e o americano Matt Wiman. Depois de um começo muito equilibrado, Grant consegue aplicar boa sequência em Wiman que vai ao chão. Grant não perdeu tempo e aplicou algumas boas cotoveladas em Wiman, conseguindo um nocaute técnico devido à interrupção do ábitro. Ótimo desempenho de TJ Grant, que amassou a lata de Wiman sem dó nem piedade.

Grant pregando a mão na cara de Wiman


Já no card principal, foi a vez de Ricardo Lamas e Erik Koch, ambos americanos, se enfrentarem no 8º combate da noite. Depois de um 1º round bem morno, Lamas consegue, já no 2º round, colocar Koch com as costas no chão e aplicar uma cotovelada certeira bem abaixo de seu olho. O corte começou a sangrar demais, o que certamente prejudicou a visão de Koch. Lamas ainda teve tempo de acertar mais alguns golpes violentos em Koch antes de ser interrompido pelo árbitro. 

Lamas, jogando por cima para trabalhar o ground and pound


Na 9ª luta da noite, mais um grande combate pelos leves, entre os americanos Anthony Pettis e Donald Cerrone. Depois de um princípio bastante estudado por parte de ambos, Pettis, após tentar alguns golpes plásticos, mas sem efetividade alguma, encaixa um chute na região do fígado de Cerrone, o que praticamente define a luta, pois Cerrone cai sem ar e sem forças. Pettis ainda teve tempo de aplicar mais 2 socos em Cerrone antes da interrupção do árbitro.  

Pettis tenta acertar chute maluco em Cerrone


Ótimo lutador esse Pettis, que inclusive foi o último a conseguir ganhar de Ben Henderson (campeão dos leves), na época do extinto torneio WEC. Tudo indica que em breve teremos uma revanche entre os dois, mas dessa vez será pelo título dos leves do UFC.

A 10ª era a luta mais aguardada por mim e também por todos os brasileiros que acompanharam o evento. O brasileiro Glover Teixeira teria pela frente seu maior desafio na carreira, enfrentando o ex-campeão dos meio-pesados do UFC, o americano Quinton “Rampage” Jackson. Galgando melhor posicionamento dentro do UFC, Glover Teixeira enfrentou Jackson que estava fazendo sua última luta pela organização. Apesar da diferença de experiência dentro da competição, Glover Teixeira não quis nem saber e partiu para cima de Rampage desde o início, conseguindo aplicar uma queda e quase finalizá-lo por estrangulamento. Rampage conseguiu se levantar, mas Teixeira encaixou ótimo soco em Rampage que sofreu um knockdown. O brasileiro seguiu dominando durante todo o combate. Embora não tenha conseguido nocautear ou finalizar Rampage, a superioridade do brasileiro foi absoluta e incontestável, conseguindo uma importante vitória unânime por pontos.

Grande luta de Glover Teixeira contra um adversário duríssimo. Ainda falta um pouco para que ele esteja em condições de tentar o título. Acredito que com mais 2 vitórias, ele será o desafiante natural de quem for o campeão da categoria (provavelmente ainda será Jon Jones, pois é praticamente impossível que Chael Sonnen tenha alguma chance de vitória contra ele).

Glover Teixeira (por cima) dominando Quinton "Rampage" Jackson


O último combate da noite foi a disputa de título entre os moscas. Demetrious Johnson é o primeiro campeão da categoria que foi iniciada ano passado, portanto defendia seu título pela primeira vez. Como é comum nessas categorias, essa foi uma luta extremamente movimentada do início ao fim. Como era disputa de título e evento principal da noite foi uma luta com previsão para 5 rounds.  No 1º round, muito equilíbrio, porém era possível entender uma pequena margem a favor do desafiante Dodson. O 2º round foi marcado por um domínio bem visível por parte de Dodson, que conseguiu aplicar 2 knockdowns em Johnson. A partir do 3º round, Johnson se encontrou na luta e passou a dominar as ações, porém sem conseguir nocautear ou finalizar Dodson. Apesar disso a movimentação e agressividade por parte de ambos foi contínua até o final do combate que foi decidido unanimemente pelos juízes em favor do campeão Demetrious Johnson.

O campeão Johnson aplica queda em Dodson


Sábado que vem dia 02/02 tem mais. Esse, porém promete ser um evento sensacional, com um super card principal, com brasileiros em todas as lutas. Veremos Demian Maia enfrentando o americano John Fitch pelos meio-médios, Minotouro contra o ex-campeão dos meio-pesados Rashad Evans, Pezão contra Overeem pelos pesados e a disputa do título dos penas entre o campeão José Aldo e Frankie Edgar. Acredito que será um evento emocionante, recheado de lutas que prometem muito.

Parada duríssima para os brasileiros. Acredito nas vitórias de José Aldo e Demian Maia. As tarefas de Minotouro e Pezão são extremamente difíceis. Dos dois acredito que o que tenha um pouquinho mais de chance de vitória seja Minotouro. Para mim, infelizmente, Pezão não tem a mínima chance contra Overeem. Espero francamente estar errado e morder a língua.

Com um evento desses certamente terei o que comentar semana que vem. Até lá.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Guia Básico de Cinema Volume VIII

Abordo hoje um gênero de filmes muito popular entre uns e detestado por outros: o terror. Eu mesmo não gosto muito de terror, porém desses filmes que posto hoje, gosto. São muito bons.

O problema dos filmes de terror é achar os que são sérios. A disparada maioria, incluindo os mais violentos e assustadores, é uma palhaçada total.  A grosso modo, é possível dividir em 3 grupos os filmes de terror. Os slashers, ou seja, filmes com a temática onde existe um maníaco assassino ou força sobrenatural ou criatura que vai caçando e matando os personagens, onde no final sobra apenas o herói, ou heroína; os filmes chamados gore, onde há grande exploração visual de violência explícita. Nesse subgênero se destacam os filmes de tortura; e, finalmente, os filmes que exploram ao máximo o suspense e clima de tensão crescente. Nesse tipo de filme, as coisas nem sempre são mostradas explicitamente (às vezes sim), mas o diretor trabalha muito mais com a sugestão e expectativa do que vai ocorrer.

São filmes desse terceiro grupo que trago hoje, sendo eles:


O Bebê de Rosemary - Rosemary's Baby (Roman Polanski - 1968)

Jovem casal se muda para o que parece ser o apartamento dos sonhos, mas logo coisas estranhas começam a acontecer. A situação piora quando a esposa Rosemary (Mia Farrow) fica grávida. Ela começa a ser assediada constantemente pelos estranhos vizinhos. Seu marido também tem uma súbita mudança de atitude, o que leva Rosemary a pensar que existe alguma seita ou culto ocultista que deseja raptar seu filho assim que nascer. Rosemary não sabe mais em quem confiar, incluindo seu marido.

Já li vários comentários sobre esse filme e tem muita gente, inclusive pretensos jornalistas e entendidos do assunto que não consideram O Bebê de Rosemary como um legítimo filme de terror. Certamente essas pessoas esperam por muito sangue, visceras e cabeças cortadas, coisa que não acontece aqui. Quando o filme é bom e bem feito não precisa de apelação visual para que seja entendido. Aqui a tensão é crescente, outra coisa interssante é que, como nada é explícito, o telespectador não sabe se o que acontece é real ou algum delírio de Rosemary. A cena final é totalmente inesperada e emblemática. Um Clássico absoluto.


O Exorcista - The Exorcist (William Friedkin - 1973)

Baseado no livro homônimo de William Peter Blatty, O Exorcista trata da possessão demoníaca da garota Regan MacNeil (Linda Blair) de 12 anos de idade pelo demônio assírio pazuzu. No princípio sua mãe, a atriz de cinema Chris MacNeil (Ellen Burstyn), acha que as alterações de humor e comportamento da garota são em função da puberdade. Quando todos os exames médicos se mostram incapazes de mostrar qualquer irregularidade com Regan, que só piora, um dos médicos sugere que seja feito um exorcismo. Para isso, Chris pede ajuda aos padres Karras (Jason Miller) e Merrin (Max Von Sydow).

O Exorcista é considerado por muitos como o maior filme de terror de todos. Não sei, pois não sou especialista no gênero, mas certamente é um filme marcante e assustador. Mais uma vez o diretor não fica apelando para sustos, mas vai construindo a tensão da estória aos poucos. Mesmo assim tem algumas cenas bem interessantes, como a que a menina desce a escada de 4 mas com a barriga para cima.

Outra coisa interessante é o fato de que o escritor do livro, William Peter Blatty se inspirou em um fato noticiado em 1949 na cidade de Georgetown, sobre o terrível exorcismo a que foi submetido o garoto Robbie Manhein de 14 anos. Ele teria sido possuído após utilizar uma tábua de Ouija para se comunicar com o tio morto.

Existem ainda várias curiosidades e situações estranhas que envolvem o filme, como o fato de que Linda Blair foi ameaçada de morte por fanáticos religiosos e teve que ficar sob a guarda de seguranças contratados pelo estúdio durante 6 meses, ou então o fato de a casa onde foram gravadas as cenas externas ter ficado 30 anos sem conseguir ser alugada ou vendida. Após isso, a casa foi comprada pela Warner e hoje é um ponto turístico.    


A Profecia - The Omen (Richard Donner - 1976)

O filme começa na sugestiva 6ª hora do 6ª dia do 6º mês, onde o embaixador americano em Roma, Robert Thorn (Gregory Peck), para esconder de sua esposa que o seu bebê nasceu morto, é aconselhado por um padre que estava na maternidade a trocar seu filho por um bebê cuja mãe morrera ao dar a luz. Com o passar do tempo, estranhos acontecimentos em torno do garoto Demian começam a acontecer. Uma série de eventos bizarros levam o pai de Damian a acreditar que seu filho é a encarnação do anticristo e que deve ser destruído.

Esse é outro filme de terror muito bem executado e que foge do lugar-comum de sustos e correria, explorando o terror psicológico. Na verdade, esse filme é o primeiro de uma série de 3 filmes. O 2º filme da série também é muito bom, retratando Damian na adolescência. O 3º e último mostra Damian na idade adulta, mas é um filme muito inferior aos outros. Teve também uma refilmegem pavorosa em 2006 que não recomendo a ninguém. 

Alguns críticos manés dizem que A Profecia não é um clássico e que ainda se trata de um filme de terror B, o que é um absurdo, pois conta com atores consagrados (além de Gregory Peck, o elenco ainda conta com Lee Remick e David Warner), além de ter sido indicado a vários Oscar e faturado um. Outro fator importante é que o filme foi rodado com apenas U$ 2.8 milhões, uma quantia irrisória mesmo para os padrões da época. O filme foi um sucesso comercial enorme, tendo faturado U$ 60 milhões em bilherteira só nos EUA.


Carrie, a Estranha - Carrie (Brian DePalma - 1976)

Baseado no 1º livro de Stephen King, foi também a 1ª adaptação de um livro de King para o cinema. Carrie trás a estória de Carry White (Sissy Spacek), uma adolescente frágil e melancólica, perseguida e sem amigos, que mora praticamente isolada do mundo com a mãe, uma fanática religiosa. Depois de um incidente no chuveiro da escola, uma das alunas que a perseguiam fica com remorso e convence seu namorado, um rapaz popular, a levar Carrie ao baile de formatura. Chris, (Nancy allen) das alunas que perseguiam Carrie e que foi proibida de ir ao baile por conta de suas armações contra ela, prepara, com a ajuda de seu namorado Billy (John Travolta), uma vingança humilhante para Carrie, porém seus atos terão consequências catastróficas.

Esse é um filme muito interessante, onde, no começo parece se tratar apenas de mais um daqueles filmes sobre drama adolescente. Porém, quando vai evoluindo, com a uma construção primorosa dos personagens de mãe e filha, descobrimos a demência da mãe de Carrie e o fato dela ter enorme poder telecinético. Não se deixe enganar por isso. O uso que ela faz de tal poder, é uma das sequências mais impressionantes que você pode assistir. Note a expressão no olhar de Carrie, quando percebe que Chirs e Billy irão atropelá-la. É assutadora e extremamente marcante. Duvido que, se você assistir ou se já assistiu esse filme, venha a esquecer aquele olhar enfurecido.

Certamente é um dos grandes momentos do terror, com cenas antológicas de terror físico e psicológico, sendo magistralmente executado por Brian DePalma.  


O Iluminado - The Shinning (Stanley Kubrick - 1980)

Mais uma obra-prima do mestre Stanley Kubrick, O Iluminado também é basedo em um livro de Stephen King. Agora a abordagem é sobre Jack Torrance (Jack Nicholson), um escritor que aceita emprego de zelador em um resort afastado durante o período em que esse se encontra fechado para o público durante o inverno. Ele se muda para o hotel com sua esposa Wendy (Shelley Duvall) e seu filho Danni (Danny Loyd). Não demora muito para que Jack comece a mostrar sinais de perturbação e Danni se mostrar uma criança notável com inteligência acima da média e poderes de paranormais.

Mais um grande filme de Kubrick, contando, dessa vez com o enorme talento de Jack Nicholson e atuação espetacular de Shelley Duvall. Aqui o clima de terror vai sendo construído aos poucos, enquanto sinais de demência vão surgindo em Jack. 

Devido à genialidade e habilidade de Stanley Kubrick, O Iluminado consegue ser aterrorizante sem mostrar praticamente nada de aterrorizante, tal é o clima de tensão claustrofóbica que é criado. Claro que também tem cenas extremamente marcantes, envolvendo principalmente o garoto Danni, como por exemplo a cena em que ele vê as duas irmãs esquartejadas no meio do corredor. Essa cena, inclusive, é considerada uma das mais aterrorizantes da história do cinama. O próprio Jack Nicholson afirmou que nunca mais conseguiu se livrar dos trejeitos do personagem. Clássico indispensável.