quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O Lincoln Brasileiro



Agora podemos ficar tranquilos. O Brasil dá sinais claros de que não é mais uma vergonhosa republiqueta de bananas cheia de caipiras. Agora estamos de fato no 1º mundo! Agora a coisa vai!

Ontem vi que Luiz Inácio “Histórico” da Silva, no evento de pelegos em comemoração aos 30 anos da CUT, se comparou ao ex-presidente americano Abraham Lincoln. Certamente esse indivíduo não tem nenhuma noção do que diz. É alguém totalmente sem medida, sem discernimento. É o fim da picada! Tem gente que não se enxerga mesmo. Já é um caso crônico de psicopatia e megalomania. Lula é um caso raro de alguém que tem inveja de si próprio. Nunca vi nada parecido.

Nem vou comparar biografia de Lula com a do homem que ganhou uma guerra civil, unificou um país e acabou com a escravidão nos EUA.

Pelo que veiculou nos jornais e portais, Lula teria dito que estava lendo muito ultimamente e que lia, no momento, “o livro do Lincoln”. Dessa forma descobriu que Lincoln era muito combatido pela imprensa de seu país na época. Ora, todos sabem que essa informação é claramente falsa, pois ele já declarou que detesta ler (aqui). Aposto que não viu nem o filme.

Não duvido que Lincoln também apanhasse da imprensa americana, muito mais combativa e exigente que a brasileira (com as exceções se sempre), mas certamente não ficava choramingando pelos cantos como uma menininha, reclamando de quem não gosta dele. Nem Jesus Cristo foi unanimidade (e não é ainda hoje). Aliás, daqui a pouco Lula vai começar a se comparar com Jesus (se não me engano ele até já fez isso), dizer que está sendo crucificado, perseguido pelos romanos, digo, poderosos, etc. É um acinte. Para Lula, a causa de tal perseguição é porque seu sucesso incomoda a “certa gente”. Já viram uma explicação mais de 3º mundo do que essa? Se fosse assim, qualquer pessoa que fizesse sucesso em qualquer área seria impiedosamente perseguida.

E tem mais, essa história de que é perseguido pela imprensa é uma mentira e tremenda injustiça para com os "companheiros" jornalistas, pois nunca vi um presidente ser tão poupado pelas besteiras que falou e fez. Em qualquer país meramente civilizado Lula nunca teria sido reeleito, mas isso já é outra conversa que não pretendo abordar aqui.

Lanço aqui um desafio a quem eventualmente lê o que escrevo:

Qual a próxima personalidade que você acha que Lula vai se comparar na próxima vez?

( ) Julio Cesar
( ) Napoleão
( ) Luiz XIV, o “Rei-Sol”
( ) Jesus Cristo
( ) Lula

Quem acertar não ganha nada. 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Discoteca Básica de Rock Volume VIII



Hoje trago 5 discos de um dos meus gêneros de rock favoritos: o progressivo. Sei que é um estilo de difícil audição e que tem um monte de gente que odeia, mas quando você consegue chegar a apreciar o progressivo, abrem-se novos horizontes para estilos musicais mais desafiadores, como por exemplo, o Jazz.

Os 5 discos de hoje são:


King Crimsom – In The Court of the Crimson King (1969)

Liderado pelo excelente guitarrista Robert Fripp, o King Crimson teve sua gênese em um trio chamado Giles, Giles and Fripp, contando com, além de Fripp, os irmão Michael (bateria) e Peter (baixo) Giles. Apesar de terem lançado 1 disco, não conseguiram grande sucesso e Peter Giles deixou a banda. Para seu lugar, Robert Fripp chamou seu amigo de infância Greg Lake, que mais tarde também abandonaria o grupo para formar o Emerson, Lake e Palmer. A estreia do King Crimsom aconteceu em um show gratuito no Hyde Park em Londres, que tinha como atração principal os Stones. Nesse show eles tocaram para 650.000 pessoas. Logo depois lançaram In the Court of the Crimson King. O grupo foi mudando de formação durante toda sua história, mantendo porém, como elo comum a todas elas, seu líder Robert Fripp. Entre 69 e 74 eles lançaram 7 discos de estúdio, todos excelentes.

Minha escolha por falar de In the Court of the Crimson King é óbvia. Esse é simplesmente o disco que define o que é rock progressivo. Se você não tem muita ideia do que se trata, escute e descubra. Para quem nunca teve contato é uma audição dramática, do estilo ame ou odeie.


Yes – Yes (1969)

O Yes é com certeza a banda de rock progressivo mais famosa e com maior sucesso nos tempos áureos do gênero. Tem uma formação primorosa, contando com o vocalista Ian Anderson, o baixista Chris Squire e o baterista Bill Brufford. Já no segundo disco eles contariam também com o excelente guitarrista Steve Howe. Em 71, o tecladista Tony Kaye deixou e banda e em seu lugar entrou o lendário Rick Wakeman. A formação com Ian Anderson, Chris Squire, Steve Howe, Bill Brufford e Rick Wakeman é considerada a melhor do Yes e uma das mais competentes e talentosas do rock. Pena que só duraria 1 ano, de 71 a 72. Os famosos The Yes Album, Fragile e Closer to the Edge são dessa época.

Escolhi, porém, o disco de estreia, chamado simplesmente de Yes. Além de ter sido o primeiro deles que comprei e ter, dessa forma algum valor sentimental, é um disco excelente e que sintetiza muito bem todo o trabalho posterior da banda. Lançado ainda nos anos do flower-power psicodélico, Yes vai totalmente na contramão da moda vigente, mesclando vários elementos e produzindo um som único. Isso pode ser claramente comprovado em I See You, um cover dos Byrds, com uma levada jazz extraordinária. Ouça com atenção.

Músicas-chave: I See YouSweetnessSurvival.


Van Der Graaf Generator – H to He Who Am the Only One (1970)

O Van der Graaf Generator, certamente não é tão conhecido como Genesis e Yes, não tendo como competir tecnicamente com eles também, mas foi uma das primeiras bandas de art/progressive rock e tem em seu fundador/vocalista/compositor Peter Hammill uma forte liderança. Haviam outros membros atuantes na banda, mas sob a direção e com a personalidade forte e letras sombrias de Hammill é que o Van der Graaf Generator ganhou notoriedade. Entre 69 e 71 eles lançaram os 4 discos essenciais da banda e depois se separaram. Em 75 Hammill voltou com outra formação para retomar a banda, mas seu esforço rendeu apenas mais 4 discos que não estavam no mesmo nível dos anteriores e em 78 a banda debandou de vez, com Hammill seguindo carreira solo. Durante os anos 90 a banda se reuniu 2 vezes pera apresentações e a partir de 2005, agora como um trio, voltaram a gravar em estúdio, o que gerou mais alguns discos sem o mesmo impacto e força do começo da carreira.

H to He Who is the Only One, é o penúltimo trabalho da 1ª fase da banda. É um disco excelente, embora vários críticos prefiram Pawn Hearts, seu trabalho subsequente. Esse disco e Pawn Hearts mostram o total amadurecimento e ápice que chegou a banda. O vocal de Peter Hammil é fantastico, sempre sombrio e indo do suave ao assustador em questão de segundos. É uma experiência, um disco e uma banda indispensáveis a quem quiser entrar no mundo do progressivo.



Genesis – Selling England by the Pound (1973)

Outra banda espetacular e que só encontra rival no Yes dentro do gênero progressivo. O Genesis tem uma linha de formação de músicos espetacular, contando com Peter Gabriel nos vocais, Tony Banks nos teclados, Mike Rutherford, na guitarra, Steve Hackett também Dancing in the Moonlit Knight na guitarra e Phil Collins na bateria. A história do Genesis pode ser dividida em 2 etapas, sendo a primeira indo de 69 até 75, ano em que Peter Gabriel deixou a banda. A partir daqui os membros restantes começaram a procurar e testar vários candidatos para assumir a vaga de Gabriel nos vocais, o que não era nada fácil. Depois de extensa e infrutífera procura, arranjaram a solução dentro de casa, com o baterista Phil Collins assumindo também os vocais. A partir daí é nítida a guinada ao pop dada pelo Genesis.

Poderia ter escolhido qualquer um dos 5 discos clássicos do Genesis da época, mas Selling England by the Pound é meu favorito dessa época e por isso está aqui. Se você tiver curiosidade em saber, os outros discos essenciais da época são: Trespass Nursery Crime, Foxtrot e The Lamb Lies Down on Broadway.


Camel – Camel (1973)

De todas as bandas citadas nesse post, certamente Camel é a mais desconhecida e subestimada. Sim, eles começaram alguns anos depois dos maiores nomes, mas tinham grande qualidade de composição e execução. Assim como as anteriores aqui citadas também é inglesa. Apesar de nunca ter conseguido tanto sucesso como seus pares, o Camel manteve desde sempre um culto fiel de seguidores. Assim como inúmeras outras bandas no rock, o Camel também teve várias formações, mantendo sempre o líder/guitarrista/vocalista Andrew Latimer.

A banda conseguiu chegar aos charts britânicos e americanos com The Snow Goose, de 75. Mesmo assim escolhi Camel, seu trabalho de estreia, onde, misturam influências rítmicas de jazz e rock. Mesmo ainda não tendo sua total personalidade formada, a banda já prometia muito, o que viria a se evidenciar nos discos posteriores, quando foram alcançando maturidade e identidade musical. Apesar disso é um belíssimo disco que merece toda a atenção por parte de quem se inicia no mundo do progressivo.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Oscar 2013



Domingo ocorreu a festa do Oscar, como sou muito interessado em cinema resolvi dar algumas opiniões a respeito. Vou abordar apenas as categorias mais importantes.

Melhor ator coadjuvante: Christoph Walt (Django Livre).

Christoph Waltz é excelente ator e certamente mereceu o Oscar, porém aqui ele interpreta basicamente o mesmo papel que fez em Bastardos Inglórios do mesmo Quentin Tarantino. O padrão é o mesmo, os diálogos, a postura, tudo. Tudo igual. Seu trabalho é ótimo, mas fica uma sensação de “já vi isso em algum lugar”;

Melhor atriz coadjuvante: Anne Hathaway (Os Miseráveis).

Essa é fácil. Não posso falar, pois não assisti. Acho que nem vou assistir. Acho a história de Os Miseráveis muito chata. Assisti a uma versão anterior com Liam Neeson e quase morri de tédio. Dizem que aqui Anne Hathaway está muito bem e que mereceu o Oscar, sendo inclusive a favorita;

Melhor direção: Ang Lee (As Aventuras de Pi).

Descobri que existem 2 opiniões diversas a respeito desse filme. Uns dizem ser um filme belíssimo, cheio de poesia. Outros entendem que é uma cópia com elementos fantásticos de Moby Dick, só que com um tigre ao invés da baleia. Não sei. O que é estranho é o filme que ganhou o prêmio sequer teve seu diretor indicado ao Oscar. Considero Ang Lee apenas razoável, sem nenhum filme memorável. Ele fez, entre outros, O Tigre e o Dragão, Hulk e O Segredo de Brokeback Mountain. Quem sabe esse não é sua obra-prima?

Melhor atriz: Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida).

Sem comentários. Também não assisti. Dizem que estava apenas bem. Ainda bem que não ganhou a favorita, Jessica Chastian. Seu papel como uma burocrata americana é chatíssimo. Ela é a típica mulher moderna focada totalmente na carreira: sem família, amigos ou amor.

Melhor ator: Daniel Day Lewis (Lincoln)

Daniel Day Lewis está simplesmente fantástico como o ex-presidente republicano Abraham Lincoln. Sua caracterização é soberba, chegando ao ponto de adotar outra voz. Isso mesmo até sua voz foi interpretada. Ele é também apenas o 4º ator a ganhar 3 Oscars, além desse ele havia sido o ganhador por Meu Pé Esquerdo e Ouro Negro. Os outros a ganhar 3 Oscars foram Walter Brennan (3 Oscars como ator coadjuvante em Meu Filho é Meu Rival, Kentucky e O Galante Aventureiro), Merryll Streep (1 como coadjuvante por Kramer VS Kramer e 2 como atriz principal por A Escolha de Sofia e A Dama de Ferro) e, finalmente Jack Nicholson (1 como coadjuvante por Laços de Ternura e 2 como ator principal por Um Estranho no Ninho e Melhor Impossível). Acontece que Daniel Day Lewis foi o único a conseguir a proeza de ganhar 3 vezes como melhor ator.

Melhor filme: Argo (dirigido por Ben Affleck).

Que dizer? Argo é realmente um filme muito bom. Divertido e tenso nos momentos certos. O mais estranho aqui é o fato de o diretor do filme premiado como o melhor do ano não ser nem mesmo indicado por melhor direção. Aqui no Brasil Argo não fez muito sucesso. Várias pessoas que conheço nem haviam ouvido falar nele antes do Oscar. Argo conseguiu a proeza, o que se verificou não ser realmente tão difícil, de tirar o prêmio de Lincoln. Lincoln é um belo filme, porém é muito chato. Era filme com cara de Oscar. Mas não levou. Melhor assim. Argo é muito mais divertido.

O Pior:

Como não poderia deixar de ser, o Oscar desse ano teve também um momento vergonhoso. E foi no ponto máximo da festa. A entrega do prêmio de melhor filme, o principal da noite. Quem foi chamado para fazer a entrega foi Jack Nicholson. Até aqui tudo bem. Porém, em uma reviravolta absurda, foi feito um link direto com a Casa Branca, onde ninguém menos que a 1ª Dama americana Michelle Obama estava ali pronta para “ajudar” Nicholson a fazer a entrega de melhor filme. Foi uma das cenas mais patéticas e grotescas que vi em minha vida. Foi ridículo. Foi o pior momento de Oscar que já vi. A politização do espetáculo ou a espetacularização da política. Tanto faz. O que interessa foi o papelão lamentável que se apresentou. O que tem haver uma coisa com a outra? É brincadeira. Esse Obama está tentando transformar os EUA em uma republiqueta bananeira vagabunda. Aposto que um monte de gente achou sensacional.

O Melhor:

No frigir dos ovos o melhor momento, disparado, foi a presença do ursinho Ted apresentando alguns prêmios em parceria com Mark Wahlberg, com quem contracena no filme. Genial.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

UFC 157

Sábado tivemos a edição 157 do UFC. Foi considerado um evento histórico, pois houve a 1ª luta feminina na história da organização. Considero que foi um bom evento, mas não brilhante. Algumas boas lutas, e outras fracas. Das 12 programadas vou comentar 7 delas.

A 1ª luta do card preliminar foi entre o brasileiro Yuri Villefort e o americano Nah-Shon Burrel. Ambos estreavam no UFC pala categoria dos meio-médios. Só vou comentar aqui essa luta devido ao fato de ter tido um brasileiro envolvido. Acontece que o brasileiro não disse a que veio. Depois de um bom momento logo no início do 1º round, onde quase conseguiu uma finalização por estrangulamento, Yuri Villefort, contrariando sua equipe e seu ponto forte, resolveu trocar em pé com o americano, cujo ponto forte é exatamente a luta em pé. Resultado: o brasileiro apanhou muito a luta inteira. Quando tentava levar a luta ao solo, o americano conseguia se levantar com muita facilidade. No final vitória unânime por pontos do americano que mereceu vencer o brasileiro. Antes de o combate começar, os comentaristas falaram muito do brasileiro e de que era o favorito. Não sei se foi a emoção da estreia ou se o fato de ser muito jovem (21 anos), mas a realidade é que ele fez uma luta medíocre e apanhou de verdade. Vamos esperar mais uma, caso ele não seja dispensado por Dana White, para ver se foi isso ou se ele é mais um brazuca medíocre.


Yuri Villefort (esq.), todo arrebantado, leva chute de Nah-Shon Burrel


O 3º combate entre Brock Jardine e Kenny Robertosn foi muito bom e bem movimentado com alternância de domínio por ambos os lutadores. Jardine começou melhor, quase conseguindo a finalização com uma guilhotina que parecia estar bem encaixada, porém Robertson teve a paciência necessária, se livrou do golpe e virou o jogo, aplicando de maneira sensacional uma criativa chave de joelho, que fez com que Jardine desistisse do combate ainda no 1º round.


Robertson aplica uma inusitada chave de joelho em Jardine

A 5ª luta da noite foi igualmente sensacional. Pode ser dividida em 2 partes bem distintas. Do 1º Rond, até a metade do segundo, houve pleno domínio de Matt Grice. A partir da metade do 2º round, Dennis Bermudez renasce das cinzas e começa a encaixar seu jogo, literalmente roubando a vitória do round que seria de Grice. No 3º round, Bermudez veio atropelando Grice e aplicando nesse uma verdadeira surra. Grice, com queixo duríssimo assimilou os golpes e, praticamente nocauteado em pé, conseguiu levar o combate até o fim. Na decisão pelos juízes laterais, vitória em contagem dividida para Bermudez. Com certeza uma das lutas mais emocionantes do evento.


Matt Grice (esq.) enfrenta Dennis Bermudez (dir.)


A 8ª da noite e 1ª do card principal, foi entre dois americanos pelos meio-médios: o insuportável Josh Koscheck e Robbie Lawler. Eu não dava nada para essa luta, mas foi surpreendente, com Koscheck derrubando Lawler rapidamente para aplicar o ground and pound. Lawler, de maneira espetacular, consegue uma inversão de posição e ainda deitado acerta ótimo golpe em Koscheck que fica abalado. Na sequência Lawler trabalha o ground and pound com extrema competência, machucando bastante Koscheck. Só restou ao árbitro Herb Dean interromper o combate dando a vitória por nocaute técnico a Lawler ainda no 1º round. Ótima luta e grande desempenho de Lawler, mas acho que ele terá muito pouca chance de lutar pelo título, hoje nas mãos do canadense Georges St-Pierre.


Lawler dando um sufoco em Koscheck


O 10º combate da noite foi entre o americano Urijah Faber e o salvadorenho Ivan Menjivar. Faber e Menjivar já haviam combatido antes no extinto torneio WEC (comprado pelo UFC) em 2006. Nessa ocasião, Faber derrotou Menjivar com propriedade. Nesse sábado a história se repetiu e Faber, novamente e de maneira muito técnica, conseguiu derrotar Menjivar mais uma vez e no 1º round, aplicando estrangulamento por mata-leão em pé, depois de dominar totalmente o round. Grande vitória de Faber. Fica difícil prever qual será o destino dele, pois antes dessa luta ele havia perdido o título interino dos galos para o brasileiro Renan Barão. Barão, que defendeu brilhantemente seu título semana passada, espera a recuperação do campeão Dominick Cruz, para conseguir o título definitivo. Será que Faber enfrentará o vencedor do combate entre Barão e Cruz?


Faber aplica mata-leão em Menjivar


O penúltimo combate da noite era o mais aguardado por mim, entre o brasileiro Lyoto Machida e o americano Dan Henderson. Previa uma luta interessante, porém dificílima para o brasileiro que encarava um adversário duríssimo, com poder de nocaute avassalador e que de quebra nunca foi nocauteado. Casca grossa. O que se viu no decorrer do combate foi o brasileiro seguindo seu estilo chato de sempre. Mantendo a distância e atacando pouco em contra-golpe. No 1º round, a coisa transcorreu assim, com Henderson procurando mais a luta e Lyoto se esquivando e tentando acertar no contra-golpe. No final do round, Lyoto consegue aplicar uma queda em Henderson seguida de ground and pound. Na volta para o 2º round, Lyoto voltou melhor e conseguiu impor seu ritmo, vencendo o round claramente. No último round, Lyoto deu uma bobeada e foi derrubado por Henderson que controlando o brasileiro no chão, aproveitou para trabalhar o ground and pound. O brasileiro, depois de alguns momentos jogando por baixo e tentando travar a luta, consegue se colocar novamente em pé, onde acerta alguns bons chutes em Henderson, mas nada que pudesse mudar o destino do combate, o qual foi decidido por pontos, de maneira dividida em favor de Machida.

Esse era o perigo, pois qualquer resultado era possível. Lyoto havia ganho o 2º round e Henderson certamente havia ganho o 3º. Tudo dependeria do resultado do 1º round. 2 juízes entenderam que Lyoto foi melhor também no 1º e um deles deu a vitória no round para Henderson. O que salvou o brasileiro da derrota foi o fato de ter conseguido derrubar e aplicar o ground and pound em Henderson no final do 1º round. Lyoto correu um risco desnecessário nessa luta. Seu modo de esquivar e ficar esperando pelo ataque do adversário não é muito bonito nem empolgante, mas é sem dúvida eficiente. O que acontece é que em uma luta de apenas 3 rounds, ele corre muito risco. Se não tivesse derrubado Henderson no 1º round, ele não teria tido tempo de se recuperar e teria perdido o combate e a chance de desafiar novamente Jon Jones pelo título dos meio-pesados, isso se Jon Jones passar por Chael Sonnen em abril. Entendo que o estilo de Lyoto pode ser uma boa saída para enfrentar novamente Jones. Dessa vez conhecendo melhor o adversário ele pode conseguir derrotar o campeão.


Lyoto Machida acerta chute em Dan Henderson


A última luta da noite foi o tão aguardado primeiro combate feminino entre a campeã Ronda Rousey e a desafiante Liz Carmouche. Rousey é a queridinha de Dana White e sua estratégia para as categorias femininas estavam todas centradas nela, era vital que ela ganhasse. E ganhou. Como era de se esperar ela finalizou Carmouche com um arm-lock, faltando apenas 11 segundos para o final do 1º round. O que ninguém imaginou é que Carmouche fosse dar tanto trabalho para a campeã. No início do round, Carmouche quase finalizou Rousey com um estrangulamento, porém, com um jogo de quadril e uma mordida no braço, Ronda Rousey se livrou da oponente e seguiu tranquila para a vitória.


A campeã Ronda Rousey (esq.) e Liz Carmouche

Depois de finalizada a luta, apareceu uma imagem do braço de Liz Carmouche com uma mordida. Durante o combate, realmente parece que ela acaba mordendo sua adversária, o que é proibido, mas ela deu a desculpa meio esfarrapada de que quando era mais nova teve o maxilar deslocado e agora se forçar ele se desloca, o que teria causado a mordida, involuntária segundo ela.

Se por acaso a Cris Cyborg não tivesse saído da organização certamente seria uma adversária que poderia derrotar Ronda Rousey com alguma facilidade. Como essa possibilidade já era, Dana White tem pensado na volta aos rings da ex-campeã Gina Carano, que deixou a carreira para investir na carreira de atriz.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Guia Básico de Cinema Capítulo XII



Outro dia meu irmão e minha cunhada reclamaram comigo que a maioria dos filmes que apresento no Guia Básico são antigos. Respondo que isso é óbvio, pois a maioria disparada dos grandes filmes é composta por filmes antigos. Mas como sou um cara legal, resolvi dedicar um ou alguns posts à filmes mais recentes. Começo listando 5 ótimas produções dos anos 90:


O Poderoso Chefão Parte III – The Godfather Part III (Francis Ford Coppola - 1990)

Tentando finalmente colocar os negócios de sua família dentro da lei, Michael Corleone (Al Pacino) descobre que quanto mais ele se afasta do seu passado criminoso, mais ele é levado a ele novamente. Ambientado em 1979, Michael se envolve inclusive com negócios escusos do Vaticano ao mesmo tempo em que pretende se livrar definitivamente de seus antigos sócios. Ocorre que, após um atentado contra sua vida, do qual escapa ileso, ele quase morre devido a um coma por causa de seu problema crônico de diabetes. Após se recuperar superficialmente de sua doença, Michael entende que precisa se afastar definitivamente do crime, mas para isso vai precisar da ajuda de Vincent Mancini (Andy Garcia), seu sobrinho violento e impulsivo que fará qualquer coisa para auxiliar o tio e se tornar o novo capo.

Esse é o filme que encerra a saga da família Corleone. Inicialmente Francis Ford Coppola não tinha nenhuma intenção de lançar um terceiro filme, mas algo o fez mudar de ideia e ele e Mario Puzzo, autor do livro original, escreveram o roteiro para o último capítulo da saga.

O filme não alcançou o mesmo sucesso de público e crítica que seus antecessores. Na realidade ele não está no nível dos anteriores, mas poucos estão. Mas é um ótimo filme e que foi indicado ao Oscar em 7 categorias. Não levou nenhum, mas nesse ano a concorrência estava extremamente forte, com Dança com Lobos e Os Bons Companheiros.
Sugiro que seja assistido por todos que assistiram os anteriores. Para o bem ou para o mal é um ponto final em uma das estórias mais interessantes e marcantes do cinema.


Cabo do Medo – Cape Fear (Martin Scorsese - 1991)

Cabo do Medo é uma refilmagem de Círculo do Medo de 1962, esse estrelado por Gregory Peck e Roberto Mitchum que inclusive fazem uma participação especial aqui. O filme conta a estória de Sam Bowden (Nick Nolte) um advogado que há 14 anos defendeu o estuprador psicótico Max Cady (Robert De Niro). Aparentemente Bowden não se esforçou muito na tarefa e Cady acabou condenado. Agora ele localizou Bowden e vai transformar a vida dele e de sua família um inferno antes de executar sua vingança.

Além dos talentos de De Niro e Nolte, o filme conta ainda com ótimas atuações de Jessica Lange, como Leigh Bowden, esposa de Sam e Juliette Lewis como sua filha adolescente Danielle.

Repetir que Martin Scorsese é um mestre e um dos melhores diretores de todos os tempos é chover no molhado, mas o fato é que Cabo do Medo vai se tornando cada vez mais tenso e claustrofóbico à medida que se desenrola. E isso é mérito total do diretor. Algumas cenas são um tanto quanto forçadas, como a surra que Cady leva dos capangas contratados, mas isso não desmerece o longa em absolutamente nada. Certamente é um clássico moderno do suspense e mais uma prova de que a dupla Scorsese-De Niro consegue sempre resultados extraordinários. 


Cães de Aluguel – Reservoir Dogs (Quentin Tarantino - 1992)

Seis criminosos que não se conhecem são contratados por um chefe do crime local para roubar uma joalheria. Ao invés de usarem seus nomes reais, eles recebem apelidos para que não se conheçam e foquem exclusivamente no trabalho. Durante o roubo a polícia aparece bem na hora e, durante o tiroteio um dos criminosos é morto. O restante do bando, ao voltar para o local de encontro começa a discutir o que saiu errado e surge a suspeita de que um dos envolvidos é um policial infiltrado.

Primeiro longa de Quentin Tarantino e considerado por muitos como seu melhor trabalho. Não acho. A filmografia de Tarantino tem filmes espetaculares e outros nem tanto, sendo muito difícil apontar o melhor. Cães de Aluguel certamente está entre os melhores. 

Cães de Aluguel é a gênese de seu estilo e modo de fazer cinema. Aqui todos os elementos que caracterizam sua obra estão presentes. Diálogos sensacionais, muita violência e grandes doses de humor.
Os diálogos como sempre são demais, como o em que o chefão Joe Cabot distribui os codinomes aos participantes. Ele determinou que todos usarão nomes de cores, como por exemplo Mr. Brown, Mr. Orange e assim por diante, mas deixa claro que não haverá nenhum Mr. Black, pois é o nome mais legal e todos iriam brigar para ser o Mr. Black. Ou então aquele em ficam fazendo considerações sobre a história real por trás da música Like a Virgin da Madonna. Genial!
Se ainda não viu não perca mais tempo. O final é desconcertante.


Dead Man – Dead Man (Jim Jarmusch - 1995)

Escrito e dirigido por Jim Jarmusch, Dead Man conta a estória de William Blake (Johnny Depp), um contador que, em algum momento da 2ª metade do século 19, depois de matar um homem precisa fugir. Em sua fuga ele se depara com o índio Nobody (Gary Farmer) que acredita que ele é de fato o poeta inglês William Blake, morto em 1827. Durante sua fuga, Blake inicia uma jornada tanto física como espiritual em um terreno totalmente estranho a ele. Com a ajuda de Nobody (isso mesmo o nome do índio é ninguém em inglês) ele se aventura por situações tanto cômicas como violentas. Jogado em um mundo cruel e caótico ele finalmente abre seus olhos para a fragilidade que sua existência.

Os filmes de Jim Jarmusch sempre são estranhos e meio malucos. Aqui não é diferente. Dead Man é o western mais improvável já feito. Para começar foi rodado totalmente em preto e branco. As situações são totalmente bizarras, mas também com boa dose de humor, como na que Blake encontra alguns malfeitores acampados a noite. É uma situação de claro perigo, mas mesmo assim ele resolve se aproximar. Quando chega perto do grupo, esses perguntam com quem ele viaja, e ele responde que viaja com Ninguém “I travel with Nobody”, se referindo aqui ao nome do índio, seu companheiro. A cena em que ele comete o homicídio é belíssima, com uma crueza e simplicidade brilhantes. Não é um filme fácil, mas é certamente uma obra inesquecível. Outro ponto alto é a trilha sonora composta e executada inteiramente por Neil Young.


Fargo – Uma Comédia de Erros – Fargo (Joel Coen e Ethan Coen - 1996)

Fargo é uma comédia de humor negro que trás a estória de Jerry (William H. Macy), gerente da loja de carros de seu sogro em Fargo, na Dakota do Norte. Metido em sérios problemas financeiros, Jerry planeja o sequestro de sua própria esposa. Ele faz um acordo com 2 marginais que devem simular o sequestro sem violência e de quebra receberão um carro novo e U$ 40 mil. O resgate deverá ser financiado por seu sogro, porém uma série de equívocos comprometem todo o planejamento, acarretando um triplo homicídio. A cargo da investigação está a improvável chefe de polícia grávida Marge Gunderson (Frances McDormand).

Fargo, assim como a maioria dos filmes dos irmãos Coen é sensacional. As interpretações são ótimas e o enredo é fantástico. Apesar do tema pesado e da violência, o filme tem doses exatas do humor negro característico da dupla. Frances McDormand, que ganhou o Oscar de melhor atriz por Fargo, consegue brilhantemente dar vida a uma heroína totalmente improvável. Apesar das situações inusitadas, Fargo não é forçado e nem exagera na dose e nenhum momento. Não há nenhuma explosão, perseguições de carro inverossímeis ou o ápice do gran finale. Toda ação transcorre de maneira totalmente natural. É um filme espetacular.