quarta-feira, 20 de março de 2013

Discoteca Básica de Rock Volume XI

Hoje, mais 5 clássicos, alguns talvez não muito conhecidos, da melhor época do rock:


Spirit - Twelve Dreams of Dr. Sardonicous (1970)

Formado em 1967, em Los Angeles, o Spirit não é uma típica banda californiana da época. Seu som é mais encorpado, misturando vários elementos como blues, folk e jazz, ao rock psicodélico em voga. Outro fato interessante é que a banda tinha integrantes com idades entre 16 e 44 anos. Acontece que o guitarrista Randy Califórnia - um prodígio -, tinha apenas 16 anos quando formou a banda com seu padrasto, o baterista de jazz Ed Cassidy, então com 44 anos que havia trabalhado com grandes nomes do jazz como Art Pepper, Roland Kirk e Gerry Mulligan. Randy California, cujo nome era Randolph (Randy) Wolfe, foi apelidado assim por Jimi Hendrix, quando tocaram juntos na 1ª banda de Hendrix, Jimmy James and the Blues Flames. Nessa época, Hendrix, que usava o nome Jimmy James, já tinha em sua banda outro "Randy", o baixista Randy Palmer, e assim, para diferenciá-los, adotou seus respectivos estados de origem após seus prenomes, ficando assim Randy "Texas" para Palmer e Randy "California" para Wolfe. Depois de tocarem juntos naquele verão, Hendrix foi para a Inglaterra, onde formou o Jimi Hendrix Experience. Randy California foi convidado para ir junto, mas era muito jovem e, com apenas 15 anos, voltou para casa.

Tweve Dreams of Dr. Sardonicus é o 4º trabalho dos caras e também seu disco mais consistente. Embora durante sua carreira o Spirit não tenha alcançado tanto sucesso comercial, Dr. Sardonicus foi melhor nesse quesito, emplacando um enorme hit com a belíssima Nature's Way. Outro fato característico desse disco é que, na versão original, ele começa e termina com a mesma frase sendo repetida. Com o lançamento da versão em CD de 96, foram incluídas absurdamente 4 faixas bônus, que simplesmente não fazem nenhum sentido e que quebraram a unidade do disco. Se você um dia comprar o CD, ouça até a música Soldier apenas.
Beck, Bogert and Appice - Beck, Bogert and Appice (1973) 

Beck, Bogert and Appice, é um supergrupo de estrelas do rock, formado pelo espetacular guitarrista Jeff Beck, que dispensa maiores apresentações, pelo baixista Tim Bogert e o baterista Carmine Appice, ambos provenientes das bandas Vanilla Fudge, psicodélica e Cactus, de hard-rock. Uma colaboração entre os três já havia sido desenhada alguns anos antes, mas Beck sofreu um acidente de carro e ficou mais de um ano "de molho". Assim, Bogert e Appice formaram, juntamente com o vocalista Rusty Day e o guitarrista Jim McCarty, o Cactus. O Cactus era uma banda apenas "OK", apesar dos talentos de Bogert e Appice, não conseguindo grande sucesso comercial e nem de crítica. Durou pouco. Depois de seu fim, finalmente puderam se reunir com Jeff Beck para esse projeto.

A parceria entre os três durou 2 anos e rendeu apenas 1 disco de estúdio, mas o resultado é espetacular. Beck, Bogert and Appice é um dos melhores discos do gênero, podendo rivalizar tranquilamente com alguns trabalhos do Led Zeppelin. É inacreditável que esse fantástico disco seja tão subestimado. Destaque para a surpreendente versão da sensacional Superstition de Stevie Wonder.

Músicas-chave: LadySuperstitionSweet Surrender.


ZZ Top - Tres Hombres (1973)

Das imediações de Huston, Texas, o ZZ Top é uma banda que mistura o bom e velho blues-rock com pitadas de hard-rock, temperado com o autêntico sotaque texano. Uma das coisas mais legais sobre o ZZ Top, é que o trio mantém até hoje a formação original de 1970, contando com o excelente Billy Gibbons na guitarra, Dusty Hill no baixo e Frank Beard na bateria.

Seus 2 primeiros trabalhos são bem bons, mas foi com Tres Hombres que as coisas começaram a acontecer. Foi o 1º disco dos caras a chegar no Top Ten dos charts americanos e não podeia ter sido com um disco melhor, pois Tres Hombres tem algumas das melhores músicas da carreira do trio. Seu som é simples e direto, sem frescuras e o resultado é um dos discos mais legais que você pode ter a chance de ouvir. Ah, é para ouvir bem alto!

Bad Company - Bad Company (1974)

Outro supergrupo do rock, formado pelo baixista Boz Burrell (ex-King Crimson), o guitarrista Mick Ralphs (ex-Mott the Hopple), o baterista Simon Kirke e o vocalista Paul Rodgers, ambos provenientes do Free. Embora a formação seja outra, é impossível não sentir uma certa familiaridade sonora em relação ao Free. Tal fato sem dúvida se deve ao vocal característico de Paul Rodgers, que pode ser identificado em qualquer lugar.

Seu auto-intitulado disco de estréia é um dos melhores do rock, tendo sido também um grande sucesso de público, alçando o álbum ao topo das paradas americanas, conseguindo emplacar um single em número 1 com "Can't Get Enough". Com esse trabalho, o Bad Company retorna o rock às suas origens, simples, descomplicado e divertido. Até sua capa, toda em preto e branco afirma que a simplicidade é a melhor saída. E foi mesmo. O resultado é fantástico.

Frank Zappa - Apostrophe (') (1974)

Com aproximadamente 70 discos lançados, o compositor, vocalista, guitarrista e bandleader americano Frank Zappa é um dos maiores e mais criativos nomes do rock. Transitando entre todos os estilos musicais possíveis e imagináveis, nunca podia ser previsto o que viria na sequência. Embora possa ser considerado um roqueiro, Zappa, utilizava constantemente e de maneira abundante elementos de jazz, e até orquestras, com discos totalmente instrumentais e muitos experimentais. Outra característica de Zappa é que ele não se levava muito a sério, com letras um tanto quanto satíricas e bem humoradas. 

Apesar de ter lançado seu 1º disco em 66, o Freak Out, e de ser especialmente complicado escolher um para representá-lo, trago aqui Apostrophe(') de 1974, que é seu 17º trabalho. A questão da escolha desse disco é puramente pessoal, pois a lista de discos ótimos é imensa. Escolhi Apostrophe(') simplesmente porque tem uma de suas músicas que mais gosto, Cosmik Debris. Esse foi também apenas seu 2º disco a receber o disco de ouro por vendagens e também seu único e chegar ao Top Ten dos charts americanos, graças a Don't Eat the Yellow Snow. A faixa-título tem a participação do baixista Jack Bruce (ex-Cream). Como todos do Zappa, não é um disco de fácil audição.

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